Milhares de famílias não estão a pagar o crédito à habitação desde abril de 2020, fazendo uso do decreto-lei do Governo que permite moratórias nos créditos à habitação. Entretanto foi estendido o período inicial da suspensão dos pagamentos até 30 de setembro de 2021.
Ainda no ano passado, foi publicado um diploma com produção de efeitos a 01 de janeiro de 2021 que veio permitir a adesão às moratórias até 31 de março. Quanto a esta nova data, não pode o período de aplicação das medidas exceder os nove meses contados da comunicação da adesão. Este limite dos nove meses contempla ainda eventuais períodos que já tenham estado cobertos por moratória.
Segundo a simulação da Deco/Dinheiro & Direitos, um cliente com um empréstimo no valor de 150 mil euros a 30 anos, indexado à taxa Euribor a seis meses e com uma margem de lucro do banco, designada por spread, de 1%, paga a partir deste mês 447,40 euros, refletindo uma descida de 5,72 euros face à última revisão em setembro. Indexado à taxa Euribor a três meses, num empréstimo com as mesmas condições, o cliente passa a pagar 446,09 euros, menos 1,31 euros do que o que pagou desde dezembro.
Em fevereiro, a média da taxa Euribor a seis meses foi de -0,521% e a média da taxa a três meses de -0,541%. A taxa Euribor a seis meses é a mais usada, seguida da taxa a três meses, sendo a Euribor o principal indexante em Portugal nos contratos bancários que financiam a compra de casa.
Em terreno negativo desde 2015, a expectativa é que as taxas Euribor se mantenham negativas ou perto de 0% nos próximos anos devido sobretudo à política de estímulos monetários do Banco Central Europeu, o que tem impacto positivo nos créditos bancários, que estão mais baratos.
