Preços das habitações em 2022 registam maior aumento dos últimos 30 anos

O ano de 2022 deu continuidade à trajetória de forte intensificação no aumento dos preços desde 2017.

O índice de Preços Residenciais da Confidencial Imobiliário avança que em 2022, a variação anual de 18,7%, foi a mais elevada dos últimos 30 anos, sendo que em 1991 foi registado um aumento dos preços foi de 18,8%. Nos últimos dois anos antes da pandemia foram observadas valorizações mais próximas do valor de 1991, fixando-se em 15,0%.

O ano de 2022 deu continuidade à trajetória de forte intensificação no aumento dos preços observada desde 2017, que registou uma valorização de 12,8%, tendo superado o valor de 2016 (5,6%). Já os anos pré-pandemia, 2018 e 2019, consolidaram essa tendência, ao registar variações homólogas de 15,4% e 15,8%, respetivamente, em dezembro. O ritmo foi interrompido em 2020, quando os preços de venda da habitação terminaram com um crescimento moderado (4,8%), face à pandemia. Já 2021 foi um ano de reativação da tendência de intensificação dos aumentos, observando-se uma variação homóloga de 12,2%.

No entanto, o ano de 2022 registou um comportamento dos valores a dois ritmos. Até julho, os valores conservaram uma trajetória de aceleração, com sucessivas subidas mensais médias de quase 2,0%. Já na segunda metade do ano, houve uma perda de intensidade, com um arrefecimento das variações a nível mensal, que por duas vezes foram inferiores a 1,0%, entrando em terreno negativo, com setembro a registar uma variação mensal de -0,5%. Disto resulta que, apesar de ter alcançado um sólido valor de 18,7%, a variação homóloga observada em dezembro regista uma contração quando comparada aos registos da segunda metade do ano, quando este indicador alcançou o pico inesperado de 21,1% (agosto).

A confirmar a tendência de perda de fôlego estão as variações trimestrais, que apesar de se manterem robustas, as subidas de preços têm sido inferiores a cada trimestre, passando de 5,5% o primeiro trimestre de 2022, para 5,0% no segundo trimestre, a 3,7% no terceiro trimestre, e, por último, 3,2% o último trimestre do ano.