Tendências de Coliving em Portugal para 2021

A B-Hive Living e Co-liv têm convocado uma série de mesas redondas para explorar o impacto da Covid-19.

Dada a natureza profunda e dinâmica desta pandemia global, o objetivo é ajudar a criar outras estratégias de construção de arrendamento para um futuro sustentável, ajudar também os participantes do setor a obter uma compreensão coletiva do impacto mais amplo da pandemia, começar a considerar as perspetivas do mercado futuro e a considerar a melhor maneira de avançar.

2020 apresentou-se como um ano de grandes limitações e a última mesa redonda foi feita numa tentativa de antecipar e minimizar o impacto da pandemia, a sociedade mudou e a reconstrução de um futuro diferente, pode começar em 2021.

No painel de oradores, moderados por Williams Johnson, CEO – B-Hive Living, estiveram presentes Matt Lesniak, Cofundador e Diretor de Impacto e Inovação, Coliving Insights Magazine & Conscious Coliving, Dave Williams, Presidente, CEO e Cofundador, NOMADX e Nuno Nunes, Diretor de Mercado de Capitais, CBRE Portugal.

Das previsões de Coliving para 2021, destacam-se dez, consideradas as principais. A pandemia continuará a desencadear uma série de novos requisitos, potenciando a segurança, bem-estar e conveniência que se tornará a norma em 2021. À medida que o trabalho remoto se torna generalizado, novos espaços coletivos irão procurar fornecer espaços privados maiores com áreas comuns projetadas para atender às necessidades de vida e trabalho. Com o trabalho remoto, a necessidade de presença e proximidade do local de trabalho começa a desvanecer-se, o que criará uma nova onda de trabalhadores remotos, freelancers e nómadas digitais em direção às costas portuguesas, assim que as restrições nas deslocações diminuam. Isto irá deslocar a procura e oferta de espaços habitacionais dos arredores de Lisboa e Porto para bairros mais residenciais. A procura de novos destinos está a aumentar, com locais como a Ericeira e a Ilha da Madeira a tornarem-se um local de eleição para trabalhadores estrangeiros.

Por ouro lado, e apesar do número de alojamentos locais e turísticos disponíveis para alugar em Lisboa e no Porto, em 2020, os valores irão permanecer estáveis em 2021. A procura irá aumentar nos imóveis coliving premium, que oferecem a combinação perfeita de conforto e serviços para o mercado profissional. O investimento que se capta tende a crescer em Portugal após a demonstração de força e resiliência demonstrada pela captação de ativos durante a pandemia. Segundo a CBRE, este crescimento será marcado por mais de 3 mil unidades construídas propositadamente que deverão entrar no mercado nos próximos dezoito meses. O forte pipeline é o resultado de uma tendência crescente de colaboração entre investidores e promotores portugueses e operadores internacionais. A confiança renovada levará a contratos de gestão para substituir os contratos de arrendamento. Uma das lições aprendidas nesta pandemia é que ter contrato de arrendamento não é garantia de renda para investidores em condições de mercado difíceis, levando a renegociações contratuais caras e demoradas e, portanto, o reconhecimento do modelo de gestão como a melhor maneira de alinhar os interesses de ambos, investidores e operadores em Portugal e no estrangeiro.

De referir também que a quantidade de grandes apartamentos em Lisboa representará uma oportunidade para as empresas em 2021. Os preços altos da capital têm sido o motivo para a construção de espaços residenciais e essa pode ser uma das formas de desbloquear esta centralidade em Lisboa. Por outro lado, à medida que os bancos e outras formas mais tradicionais de financiamento ficam mais restritas, o crowdfunding pode tornar-se uma grande viabilidade no financiamento de projetos conjuntos, que gozam de uma popularidade crescente entre os consumidores em geral. Isto já acontece com sucesso no Reino Unido e no Brasil e 2021 pode ser o ano em que o crowdfunding para investimento imobiliário arranca em Portugal.

Mudanças económicas e sociais criaram uma condição ideal para que o novo conceito de vida prosperasse. Oferecem flexibilidade e conveniência aos consumidores e uma oportunidade de negócios única para investidores e operadores de vida compartilhada. As empresas e investidores no setor imobiliário precisam estar preparados para aproveitar as vantagens deste tipo de economia.

A pandemia trouxe um aumento na ansiedade e no stress e o setor da construção terá aqui uma oportunidade de mudar para uma abordagem de maior sustentabilidade. A construção deverá abraçar o potencial transformador de edifícios saudáveis ​​capazes de apoiar a saúde e o bem-estar das gerações atuais e futuras. A certificação ambiental e a certificação de projeto de construção irão tornar-se obrigatórias num futuro próximo. Em 2021, integrar o bem-estar da comunidade no desempenho de negócios será fundamental. Os operadores deverão ser proativos na definição de programas como nutrição, condições físicas e sono para ajudar os residentes a ter um equilíbrio mais saudável entre a vida profissional e pessoal.

B-Hive Living é uma operadora de coliving nascida no Reino Unido, em rápida expansão, cuja missão é redefinir a vida compartilhada para uma nova geração. A Co-Liv é uma organização sem fins lucrativos, cuja missão é guiar e capacitar o movimento coliving em todo o mundo.