Taxa de juro média dos novos empréstimos à habitação ultrapassa os 2% pela primeira vez desde maio de 2016

Em agosto, os bancos concederam 1205 milhões de euros de crédito à habitação.

O Banco de Portugal anunciou hoje as estatísticas de taxas de juro e montantes de novos empréstimos e depósitos bancários de empresas e particulares atualizadas para agosto de 2022. De acordo com os dados apresentados, a taxa de juro média dos novos empréstimos à habitação ultrapassa os 2% pela primeira vez desde maio de 2016, fixando-se em 2,01%.

No mês em análise, os bancos concederam 1855 milhões de euros de novos empréstimos aos particulares, menos 111 milhões de euros do que em julho: 1205 milhões de euros de crédito à habitação, 478 milhões de euros de crédito ao consumo e 171 milhões de euros de crédito para outros fins. Em julho, os valores registados tinham sido, respetivamente, 1348, 454 e 163 milhões de euros.

Segundo o Banco de Portugal, a taxa de juro média dos novos empréstimos à habitação subiu para 2,01% (1,88% em julho), ultrapassando os 2% pela primeira vez desde maio 2016. No que diz respeito aos novos empréstimos ao consumo, a taxa de juro média aumentou para 7,93% (7,88% em julho).

A taxa de juro média do stock de empréstimos à habitação fixou-se no mês de agosto em 1,32%, continuando a aproximar-se da média da área do euro (1,67% em agosto). Segundo os dados, desde abril de 2009 que o diferencial entre as taxas de juro médias em Portugal e na área euro não era tão baixo. Em Portugal, ao contrário do que se verifica na área euro, a grande maioria dos empréstimos à habitação têm taxa de juro indexada às taxas Euribor a 6 meses ou a 12 meses, o que implica que as taxas de juro dos contratos de empréstimos são revistas a cada 6 ou 12 meses, respetivamente. Desta forma, as variações da Euribor transmitem-se mais rapidamente ao stock de empréstimos à habitação em Portugal do que para a média da área do euro.

No que concerne às novas operações de empréstimos à habitação concedidos em agosto, 69% do montante correspondeu a contratos com um prazo de fixação inicial de taxa de juro inferior a 1 ano, e apenas 7% com um prazo superior a 10 anos. A média da área do euro é de 18% e 57%, respetivamente.