De acordo com as estatísticas publicadas hoje pelo Banco de Portugal, relativas às taxas de juro e de montantes de novos empréstimos e depósitos bancários de empresas e particulares atualizadas para março de 2023, a taxa de juro dos novos depósitos a prazo de particulares registou o aumento mais acentuado desde 2011.
Em março, a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares aumentou de 0,65% para 0,90%, o que representa uma subida de 0,25 pontos percentuais face a fevereiro, sendo esta a maior subida desde outubro de 2011. No entanto, Portugal mantém o segundo valor mais baixo entre os países da área do euro.
Os novos depósitos com prazo até 1 ano foram remunerados, em média, a 0,88% (0,56% em fevereiro), o valor mais alto desde março de 2015. A remuneração média dos novos depósitos de 1 a 2 anos foi de 1,12% (1,15% em fevereiro) e a dos novos depósitos acima de 2 anos de 0,79% (0,54% em fevereiro).
No mês em análise, o montante de novos depósitos a prazo de particulares totalizou 7563 milhões de euros, mais 1663 milhões do que no mês anterior. Os depósitos com prazo até 1 ano representaram 81% dos novos depósitos.
Em março, os bancos concederam 2521 milhões de euros de novos empréstimos aos particulares, mais 595 milhões do que em fevereiro. Este aumento foi transversal às finalidades habitação, consumo e outros fins.
Já a taxa de juro média dos novos empréstimos à habitação voltou a crescer, de 3,52% em fevereiro para 3,86% em março, aumentando assim o diferencial para a média da área do euro. A taxa de juro média dos novos empréstimos ao consumo foi de 8,43% (8,48% em fevereiro), enquanto a taxa de juro média dos novos empréstimos para outros fins se fixou em 5,05% (4,97% em fevereiro).
No que diz respeito ao crédito à habitação, o diferencial entre a taxa de juro variável e a taxa de juro fixa dos novos empréstimos à habitação voltou a registar uma diminuição. A taxa de juro média dos novos empréstimos a taxa variável aumentou 0,23 pontos percentuais, para 3,79%, enquanto a taxa de juro média dos novos empréstimos a taxa fixa aumentou 0,08 pontos percentuais, para 4,28%.
No que toca ao stock de contratos de empréstimo para habitação própria permanente existente no final de março de 2023, a prestação média alcançou os 361 euros. No entanto, para metade dos contratos, a prestação era igual ou inferior a 308 euros, e 25% dos contratos tinham prestação igual ou superior a 441 euros.