Quebra de turismo provoca prejuízos de 400 milhões de euros no Açores

Entre março de 2020 e fevereiro de 2021, constata-se uma quebra de 3.039.571 para 683.658 dormidas, perdendo-se 2.355.913 de dormidas.

A Direção da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD) reuniu durante o dia de ontem, a Comissão Especializada do Turismo, para analisar a situação atual do setor e apontar medidas.

De acordo com os dados analisados, sobre a evolução do turismo nos Açores, entre março de 2020 e fevereiro de 2021, constata-se uma redução de 3.039.571 para 683.658 dormidas, perdendo-se 2.355.913 de dormidas.

O CCIPD tinha já identificado este cenário no início da pandemia, com uma projeção de perdas globais para a economia dos Açores da ordem dos 400 milhões de euros num só ano.

De acordo com o comunicado “era mantido que o cluster do turismo representou, em 2019, cerca de 475 milhões de euros de VAB (valor acrescentado bruto) e cerca de 23 mil postos de trabalho. Uma quebra de 80% representa cerca de 380 milhões de euros de VAB”.

Com uma multiplicidade de programas nacionais e regionais de apoio ao emprego, os postos de trabalho têm sido mantidos. No entanto, o valor está perdido por falta das vendas, com mais de dois terços assumidos pelas empresas.

Em destaque está a ilha de S. Miguel com uma redução para 19,3% dos valores do ano anterior, a Terceira com 25,3% e o Faial com 26%. Quando às ilhas menos afetadas foram o Corvo, as Flores e a Graciosa, que mantiveram, respetivamente, 64,2%, 46,5% e 40,5% das dormidas do ano anterior.

Em termos globais, a ilha de S. Miguel absorve 71,5% das perdas, a Terceira 12,9% e o Faial 6%. De acordo com os dados divulgados, o problema gerado pela quebra das dormidas está claramente centrado ma ilha de S. Miguel.

Quanto aos proveitos totais, constata-se que, no global, o valor do período em análise foi ainda pior, ficando-se por apenas 18% dos números do ano anterior, caindo de 109,2 para 22,2 milhões de euros, uma redução de 86,9 milhões de euros.

Distribuindo este valor pelas diversas ilhas, S. Miguel fica com 75,9% das perdas, a Terceira com 11,2%, o Faial com 6,3%, o Pico com 3,4% e S. Jorge com 1,1%.

É desta forma evidente que é necessário um plano de recuperação do setor nos Açores não se podendo esquecer que 75% a 80% dos estragos estão centrados em S. Miguel, onde a taxa de pobreza é a mais elevada da Região. Será então necessário reparar os prejuízos deste último ano e relançar o setor para um futuro promissor para os mais de 20.000 trabalhadores que dependem dele.