Quebra de 70% em investimento imobiliário no primeiro semestre

No primeiro semestre de 2021 foram investidos 530 milhões de euros em imobiliário de rendimento.

Montantes que representam uma redução da atividade comparável com 2014 e os anos anteriores à crise económica e financeira. São estes os resultados apresentados pela consultora CBRE, que assumiu a liderança no mercado de investimento nesta primeira metade do ano, estando envolvida em 50% das transações realizadas no primeiro semestre de 2021, às quais corresponde 71% do volume total de investimento.

No segundo trimestre houve registo de um volume de investimento na ordem dos 330 milhões de euros, que se traduz num crescimento de 65% face ao trimestre anterior, onde se verificou uma quebra de 70% relativamente ao semestre homólogo de 2021, quando se tinha registado o melhor primeiro trimestre de sempre.

Durante a primeira metade do ano, do total investido, 40% foi canalizado para ativos de escritórios (210 milhões de euros), 31% para imóveis residenciais de arrendamento (165 milhões de euros) e 14% para retalho (75 milhões de euros).

De acordo com Francisco Horta e Costa, Diretor-Geral da CBRE Portugal, “Apesar do volume de investimento no primeiro semestre apresentar uma redução face ao período homólogo, é com grande satisfação que comunicamos a nossa liderança de mercado. Esta liderança vem evidenciar que em períodos marcados por alguma incerteza e retração, os clientes continuam a confiar na capacidade de aconselhamento da CBRE. Mantemo-nos focados no crescimento da nossa empresa e no seu portefólio de serviços, e neste sentido, no primeiro semestre de 2021, contratámos um novo responsável para a área de Agribusiness e reforçámos a nossa equipa de Capital Markets com um diretor no Porto, confirmando a importância estratégica desta região para a CBRE e a nossa aposta no seu potencial”.

A CBRE destaca como principais negócios concretizados com a sua intervenção a transação do portefólio Navigator, que integra sete edifícios de escritórios, a assessoria na venda do edifício que aloja a sede da WPP Portugal em Lisboa, a venda do edifício D. Manuel II, no Porto, e ainda a venda do Hotel Exe Saldanha, localizado no centro de Lisboa.

Nuno Nunes, Senior Director para a área de Capital Markets da CBRE Portugal, salienta que “Mesmo com toda a incerteza relativamente ao futuro do trabalho e ao regresso ao escritório físico, vemos muito interesse por parte dos investidores em ativos de escritórios, em particular nas localizações prime e de referência na cidade. Há muita procura por produto residencial e apesar de Portugal não ter ainda projetos de Build to Rent, estamos envolvidos em algumas transações, tanto de grandes portefólios como de edifícios avulsos. Adicionalmente têm-se concretizado diversos negócios envolvendo vistos ‘gold’ em lojas de comércio de rua, uma tendência que advém da decisão legislativa de término deste programa para o mercado residencial nas zonas litorais, nomeadamente nas cidades de Lisboa e Porto”.

A CBRE projeta uma segunda metade do ano bastante mais dinâmica, em função dos negócios em curso, prevê um volume de investimento adicional que poderá atingir os 2.200 milhões de euros. A previsão da consultora aponta para um intervalo de volume total de investimento em 2021 entre 1.700 e 2.700 milhões de euros, estando envolvida em 90% do volume de investimento estimado para o segundo semestre.