Preços da habitação diminuem em Lisboa e sobem no Porto

O Alto Alentejo apresentou o menor preço mediano de venda de alojamentos familiares (500 €/m2).

De acordo com as Estatísticas de Preços da Habitação ao nível local, divulgadas hoje pelo Instituto Nacional de Estatística, no 2º trimestre deste ano, o preço mediano de alojamentos familiares em Portugal foi 1 494 €/m2, correspondendo a uma taxa de variação homóloga de +17,8% (+17,2% no trimestre anterior).

Face ao período homólogo, o preço mediano da habitação subiu, em todas as 25 sub-regiões NUTS III. As duas sub-regiões com preços mais elevados foram o Algarve (2 358 €/m2) e a Área Metropolitana de Lisboa (2 076 €/m2), que apresentaram valores mais altos em ambas as categorias de domicílio fiscal do comprador: território nacional (respetivamente, 2 222 €/m2 e 2 050 €/m2) e estrangeiro (2 734 €/m2 e 3 782 €/m2).

No período em análise, em sete dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes os preços diminuíram, destacando-se Lisboa (-6,1 p.p.). Em sentido oposto, a taxa de variação homóloga cresceu em seis dos 11 municípios com mais de 100 mil habitantes da Área Metropolitana de Lisboa, evidenciando-se Loures (+8,8 p.p.). Mais a norte, na Área Metropolitana do Porto, verificou-se também uma subida da taxa de variação homóloga em quatro dos seis municípios com mais de 100 mil habitantes, destacando-se o Porto (+9,2 p.p.) e Matosinhos (+5,3 p.p.).

Segundo o INE, a análise da relação entre os preços de aquisição de habitação e as rendas de novos contratos de arrendamento (12 meses terminados no 2º trimestre 2022), indica uma sobrevalorização relativa dos valores de arrendamento, face aos valores dos preços da habitação, na maioria dos municípios das áreas metropolitanas e, diversamente, uma subvalorização relativa das rendas na generalidade dos municípios do Algarve. A análise de evolução da dinâmica dos mercados de arrendamento e de aquisição da habitação, demonstrou um crescimento relativo do mercado de transações face ao de arrendamento. Esta tendência manifestou-se na generalidade dos municípios da Área Metropolitana de Lisboa e do Algarve, mas não em 10 dos 17 municípios da Área Metropolitana do Porto.

O preço mediano de alojamentos familiares transacionados em Portugal foi 1 494 €/m2, no 2º trimestre de 2022. Este valor apura um aumento de 2,8% face ao 1º trimestre de 2022 e de 17,8% relativamente ao 2º trimestre do ano anterior. Esta última taxa foi ligeiramente superior à registada no 1º trimestre de 2022 que se situou em 17,2%. No 2º trimestre de 2022, apenas o Algarve registou, simultaneamente, um valor mediano do preço da habitação (2 358 €/m2 ) e uma taxa de variação homóloga (+23,8%) superiores aos do país (1 494 €/m2 e +17,8%). Também a Área Metropolitana de Lisboa (2 076 €/m2), a Área Metropolitana do Porto (1 576 €/m2) e a Região Autónoma da Madeira (1 534 €/m2) observaram preços medianos superiores ao país, apresentando, no entanto, crescimentos homólogos (+16,5%, +17,5% e +5,8%) inferiores à referência nacional. O Alto Alentejo apresentou o menor preço mediano de venda de alojamentos familiares (500 €/m2), tal como no trimestre anterior.

Quanto ao valor mediano de alojamentos familiares transacionados em Portugal envolvendo compradores com domicílio fiscal no estrangeiro, o mesmo foi de 2 292 €/m2 (valor superior ao registado no trimestre anterior: 2 209 €/m2) e no caso das transações por compradores com domicílio fiscal em território nacional este valor foi 1 461€/m2 (no 1ºtrimestre de 2022 tinha sido 1 428 €/m2).

O Algarve e a Área Metropolitana de Lisboa foram as duas sub-regiões com preços medianos da habitação mais elevados, apresentaram também os valores mais altos em ambas as categorias de domicílio fiscal do comprador: território nacional (2 222 €/m2 e 2 050 €/m2, respetivamente) e estrangeiro (2 734 €/m2 e 3 782 €/m2). Na Área Metropolitana de Lisboa, observou-se a maior diferença entre o preço mediano das transações efetuadas por compradores com domicílio fiscal no estrangeiro e o valor mediano envolvendo compradores com domicílio fiscal no território nacional: 1 732 €/m2, +84,5%. No que diz respeito ao preço mediano de alojamentos familiares em Portugal, adquiridos pelas famílias no 2º trimestre de 2022, o mesmo foi 1 508 €/m2 e pelos compradores pertencentes aos restantes setores institucionais foi de 1 356 €/m2 (ambos os valores superiores aos verificados no trimestre anterior: 1 471 €/m2 e 1 293 €/m2, respetivamente).

Com exceção da Beira Baixa e da Região Autónoma da Madeira, nas restantes sub-regiões apuraram-se preços medianos mais altos em transações cujo comprador pertence ao setor institucional famílias. Algarve, áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto e Região Autónoma da Madeira são as quatro sub-regiões com os preços mais elevados, apresentando também preços superiores ao do país considerando as duas categorias do setor institucional do comprador.

Apenas o Alentejo Litoral, observou um preço mediano de alojamentos familiares adquiridos por compradores pertencentes aos restantes setores institucionais (1 417 €/m2) superior à referência nacional. Quanto à Lezíria do Tejo, a região observou a maior diferença entre o preço mediano de alojamentos familiares adquiridos por famílias e o preço da habitação dos compradores pertencentes aos restantes setores institucionais (476 €/m2, +96,4%)

À semelhança do trimestre anterior, no 2º trimestre de 2022, todos os municípios com mais de 100 mil habitantes das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, com exceção de Gondomar e Santa Maria da Feira, registaram preços medianos de habitação superiores ao valor nacional (1 494 €/m2), com destaque para Lisboa (3 786 €/m2) e Cascais (3 491 €/m2) com valores superiores a 3 000 €/m2.