De acordo com o Índice de Preços da Habitação, do INE – Instituto Nacional de Estatística, no 1º trimestre de 2023, o Índice de Preços da Habitação (IPHab) aumentou 8,7% em termos homólogos, 2,6 pontos percentuais abaixo do observado no trimestre anterior.
Este é o aumento homólogo de preços menos expressivo desde o 2º trimestre de 2021. Nos primeiros três meses de 2023, os preços das habitações existentes cresceram de forma mais pronunciada, comparativamente com as habitações novas, 9,7% e 5,7%, respetivamente.
Entre o 4º trimestre de 2022 e o 1º trimestre de 2023, o IPHab cresceu 1,3% (1,1% no 4º trimestre de 2022 e 3,8% no 1º trimestre de 2022). No período em análise, os preços das habitações existentes aumentaram 1,6%, 1,1 pontos percentuais acima da taxa de variação observada para as habitações novas (0,5%).
A taxa de variação média anual do IPHab foi 11,5% no 1º trimestre de 2023, o que se traduz num decréscimo de 1,1 pontos percentuais face ao trimestre anterior. Por categoria, o crescimento dos preços das habitações existentes (12,8%) foi mais intenso que o observado nas habitações novas (7,4%).
Entre janeiro e março deste ano, foram transacionadas 34 493 habitações, menos 20,8% do que no mesmo período de 2022. Pelo terceiro trimestre consecutivo, registou-se uma taxa de variação homóloga de sinal negativo no número de transações, destacando-se ainda o facto de a mesma apresentar uma amplitude crescente (-2,8%, -16,0% e -20,8%, entre o 3º trimestre de 2022 e o 1º trimestre de 2023). Do total das transações, 6 970 dizem respeito a habitações novas, o que se traduz numa redução de 8,3% relativamente ao 1º trimestre de 2022.
As vendas de habitações existentes representaram a maioria das transações (79,8% do total), tendo atingido 27 523 unidades, um valor inferior em 23,4% face ao registado do mesmo período de 2022.
O número de transações diminuiu 10,5%, entre o 4º trimestre de 2022 e o 1º trimestre de 2023 (-8,8%, no trimestre anterior), pelo que se verificou uma redução do número de transações de habitações existentes de 13,0%, sendo que na categoria das habitações novas observou-se uma taxa de variação de 1,4%.
No período em análise, o valor das habitações transacionadas fixou-se em 6,9 mil milhões de euros, menos 15,2% em comparação com o mesmo período de 2022. Observou-se assim uma taxa de variação homóloga de -18,2% no valor das transações das habitações existentes, para 5,0 mil milhões de euros e uma redução de 5,7% no valor das habitações novas, para 1,9 mil milhões de euros.
O setor institucional das Famílias adquiriu 29 280 habitações, o que representa 84,9% do total, a percentagem mais baixa desde o 2º trimestre de 2021. O registo apurado traduz-se numa redução do número de transações de 22,6%, em termos homólogos, e uma taxa de variação de -10,9% relativamente ao trimestre anterior.
O valor das habitações adquiridas por Famílias diminuiu 17,3% em termos homólogos para 5,8 mil milhões de euros, 83,9% do total, sendo que, em relação ao trimestre anterior, a redução foi 6,9%, aproximadamente metade da amplitude observada no trimestre precedente (-11,0%).
Neste período, foram transacionadas 9 924 habitações na região Norte, 28,8% do total, mais 0,4 pontos percentuais relativamente ao período semelhante do ano anterior. Na Área Metropolitana de Lisboa, registaram-se 9 761 transações, o que, excluindo o 2º trimestre de 2020, devido à pandemia COVID-19, constitui o número mais baixo de vendas nesta região desde o 4º trimestre de 2016. O peso relativo das transações de alojamentos na Área Metropolitana de Lisboa registou uma redução de 2,6 pontos percentuais, fixando-se em 28,3%.
Para além do Norte, o Centro, com um total de 7 654 transações, foi outra das regiões a apresentar um acréscimo homólogo no respetivo peso relativo, +2,2 pontos percentuais, o que representa 22,2% do universo de transações. No Algarve, as transações de habitações totalizaram 3 080 unidades, ou seja, 8,9% do total, menos 0,6 pontos percentuais, que em idêntico período de 2022. O Alentejo e a Região Autónoma da Madeira, com respetivamente, 2 577 e 898 transações, foram as demais regiões que registaram aumentos homólogos nas respetivas quotas relativas, 0,4 pontos percentuais e 0,2, pela mesma ordem. Na Região Autónoma dos Açores contabilizaram-se 599 transações traduzindo-se numa quota regional de 1,7%, sem alteração face à percentagem de 2022.
Todas as regiões registaram uma redução homóloga, no período em análise, no número e no valor das transações de alojamentos. No caso da Área Metropolitana de Lisboa e do Algarve, observaram-se taxas de variação de -27,5% e -25,4%, respetivamente, no número e de -18,1% e -15,1%, pela mesma ordem, no valor, em ambos os casos, acima do registo médio nacional. No Norte, o número de transações reduziu-se em 19,8%, sendo que, em valor a redução foi 15,6%.
O Centro e a Região Autónoma da Madeira apresentaram reduções do número das transações de 12,2% e 12,3%, respetivamente, enquanto no Alentejo e na Região Autónoma dos Açores a amplitude da taxa de variação fixou-se em torno dos -17,0%. Em valor, as taxas de variação homólogas nas regiões anteriormente mencionadas foram -7,4%, -4,5%, -13,7% e -12,1%, pela mesma ordem.