Com mais de 20 anos de experiência no setor imobiliário, após quase uma década a promotora imobiliária Nexity regressou a Portugal com objetivos e estratégias bem estruturados.
“Criar cidade para todos” é o conceito que apresenta com a finalidade de promover uma oferta que reúna diversas e diferentes soluções para os vários segmentos de mercado. A sua missão incide em criar novas soluções de habitação, dando resposta às necessidades e possibilidades da população em geral.
Fernando Vasco Costa, Managing Director da Nexity Portugal, em entrevista ao Brainsre.news Portugal, fala dos projetos que a promotora desenvolve atualmente no país e destaca a Flower Tower e o Turquesa, que já se encontram em comercialização.
Mediante a carência habitacional, quais as estratégias da Nexity a médio e longo prazo?
O nosso objetivo e estratégia centra-se em “Criar cidade para todos”, em cada projeto, procuramos garantir um conjunto de soluções para os diferentes tipos de compradores, desde jovens casais à procura da primeira habitação, como para famílias que procuram mudar de casa.
Exemplo disso, são os nossos dois primeiros projetos residenciais, a Flower Tower e o Turquesa, que representam uma oferta diversificada para os portugueses e que se adaptam a diversas procuras habitacionais. Futuramente, queremos continuar a criar mais oferta diversificada que permita preencher algumas das lacunas do mercado imobiliário português.
Com o conceito “criar uma cidade para todos” quais os novos projetos que a Nexity apresenta?
Neste momento, já aumentámos o número de projetos em desenvolvimento, temos um total de 6 projetos no valor de 145 milhões de euros. Dois destes projetos já estão em fase de comercialização, a Flower Tower, em Leça da Palmeira, que já tem neste momento mais de 40% dos apartamentos vendidos, e o Turquesa situado no Dafundo também com mais de 40% do total de apartamentos vendidos. Os restantes estão em fase de desenvolvimento e licenciamento, totalizam um investimento de 93 milhões de euros, onde iremos procurar ter uma oferta para diferentes segmentos de mercado.
O projeto Turquesa visa diversificar as soluções de habitação?
O Turquesa representa a diversificação de uma oferta capaz de se adaptar às mais diversas realidades. Localizado a 10 minutos do centro de Lisboa, este projeto visa uma melhoria da qualidade de vida e a possibilidade de viver em harmonia com o espaço exterior, uma vez que se encontra perto do rio, do mar, do centro desportivo do Jamor e o próprio empreendimento permite uma constante vivência com o exterior, uma vez que todos os seus apartamentos possuem uma varanda, um jardim ou um terraço. O Turquesa é também um projeto que se adapta às mais diversas realidades e fases da vida, pois tem uma oferta pensada tanto para casais em início de vida, como para famílias grandes, que procuram apartamentos diferenciados.
Quais os recursos e qualidades que a Nexity vê em Portugal para regressar após quase uma década?
Portugal dispõe de condições como o clima, a história e a sua gastronomia que são inigualáveis. Basta olhar para as múltiplas notícias que todos os dias enaltecem o nosso país e como estas atraem inúmeros estrangeiros, que escolhem Portugal para passar férias ou mesmo para viver. Portugal tem uma oferta habitacional ainda com muitas oportunidades e a Nexity quer estar presente na oferta de novas soluções de habitação.
Nesse sentido, a Nexity, tem consciência de algumas lacunas existentes no mercado e, regressámos a Portugal com o objetivo de contribuir para a mudança do paradigma do mercado imobiliário português, criando uma maior oferta a preços ajustados que vá ao encontro do rendimento das famílias portuguesas.
A falta de oferta no parque habitacional e a crescente procura criam uma realidade de preços desajustados e inacessíveis. Como criar habitação acessível?
Temos que apostar num grande aumento da oferta pois apenas com isso iremos, a pouco e pouco, equilibrar todo o mercado de habitação, permitindo soluções diferentes de habitação e nesse sentido, a Nexity contribui para esse equilíbrio na medida em que aposta em novos projetos de habitação com escala, de forma a permitir uma redução dos custos inerentes ao seu desenvolvimento e permitir assim oferecer ao mercado português habitação a preços mais ajustados.
Que medidas governamentais ou municipais considera importantes serem tomadas para potenciar o setor imobiliário e em particular o mercado residencial?
Para um aumento significativo da oferta é necessário, em primeiro lugar, agilizar os processos de licenciamento, que hoje é um bloqueador de maior investimento e criação de oferta. Por outro lado, é importante uma aposta na dinamização urbanística de muito património municipal e estatal nos centros urbanos, procurando também aumentar a oferta de edifícios ou terrenos para este fim.
Outro ponto muito importante para a redução dos preços das casas, é sem dúvida a redução da carga fiscal aplicada à habitação. A produção de habitação é a única indústria em Portugal em que o IVA é um custo e isso onera de sobre maneira os preços das casas. Hoje o Estado é o maior beneficiário da produção de habitação, aumentando enormemente os custos e com uma consequência direta nos preços. Urge uma alteração do modelo fiscal aplicado à habitação, que é único na Europa, e lesivo para a criação de maior oferta a preços acessíveis em Portugal.
Qual o futuro do mercado imobiliário português no pós-pandemia?
A pandemia colocou em evidência muitos dos problemas do imobiliário português e, consequentemente, veio acelerar algumas das tendências que já se previam no mercado imobiliário.
No mercado residencial a pandemia realçou ainda mais a necessidade de uma maior oferta habitacional, que seja ajustada às famílias de classe-média e veio expor de forma dramática a falta de condições de habitação de muitas famílias desfavorecidas. Por outro lado, uma grande oportunidade que a pandemia trouxe, foi a do mercado de investimento global ter hoje como prioridade o investimento em soluções de arrendamento habitacional, Build to Rent, Multifamily ou PRS, o que nos poderá ajudar muito a resolver o problema estrutural que temos no mercado de arrendamento habitacional. É fundamental voltar a criar um mercado de arrendamento habitacional sustentável e que funcione para todos os envolvidos no processo.
Paralelamente a tudo isto, a pandemia evidenciou uma nova forma de viver, na qual o espaço exterior representa uma grande mais valia e a qualidade de vida passou a ser mais valorizada. A pandemia revolucionou a forma como vivenciamos as nossas casas e o que elas nos oferecem, o facto de termos estado tanto tempo “fechados” mostrou-nos a importância de ter um jardim ou uma varanda para usufruir do espaço exterior ou até mesmo um escritório para que possamos trabalhar sossegadamente sem distrações.