Portugal recebeu menos 73,7% de turistas em 2020

Em 2020, o setor de turismo foi fortemente afetado pela pandemia COVID-19. INE alerta para contração da atividade sem precedente histórico.

As medidas de combate à pandemia obrigaram ao encerramento temporário de alguns estabelecimentos e ao longo de 2020 surgiram várias medidas de restrição à mobilidade com impacto na procura quer dos residentes em Portugal, quer dos residentes nos principais mercados emissores de turistas para Portugal. De acordo com as Estatísticas do Turismo 2020, hoje apresentadas pelo Instituto Nacional de Estatística, estima-se que o número de chegadas a Portugal de turistas não residentes tenha atingido 6,5 milhões, correspondendo a uma diminuição de 73,7% face a 2019, ano que registou um crescimento de 7,9%.

O principal mercado emissor de turistas internacionais continuou a ser Espanha, apresentando uma quota de 28,5%, tendo registado um decréscimo de 70,5% em 2020.

No que respeita à generalidade dos meios de alojamento turístico, em 2020 registaram-se 11,7 milhões de hóspedes que proporcionaram 30,3 milhões de dormidas, traduzindo-se em diminuições de 60,4% e 61,1%, respetivamente (+7,4% e +4,3%, pela mesma ordem, em 2019).

Segundo a análise do INE, os estabelecimentos de alojamento turístico, que contemplam hotelaria, alojamento local e turismo no espaço rural/habitação, registaram 10,4 milhões de hóspedes (-61,6%) e 25,8 milhões de dormidas (-63,2%). Quanto aos proveitos totais, estes ascenderam a 1,4 mil milhões de euros (-66,3%) e os de aposento ascenderam a 1,1 mil milhões de euros (-66,7%).

A redução do volume de negócios da atividade do turismo não decorreu apenas de um efeito de quantidade, existindo também uma redução de preços. De acordo com o Inquérito à Permanência de Hóspedes na Hotelaria e outros alojamentos nos estabelecimentos de alojamento turístico, o proveito médio por dormida diminuiu 9,4% e atingiu 41,7 euros (+3,2% em 2019).

Os residentes em Portugal realizaram em 2020, 14,4 milhões de deslocações turísticas, correspondendo a um decréscimo de 41,1% (+10,8% em 2019). No período em análise, 39,0% da população residente em Portugal efetuou pelo menos uma viagem turística, o que representou uma diminuição de 14,1 pontos percentuais face a 2019, correspondendo a 4,0 milhões de indivíduos. Em comparação com 2019, o registo foi de menos 1,4 milhões de turistas.

Quanto ao proveito médio por dormida, registou-se um decréscimo de 9,4% em 2020, o número de hóspedes reduziu 61,6% e o número de dormidas nos estabelecimentos de alojamento turístico registou uma diminuição de 63,2%. Segundo o estudo do INE, os maiores decréscimos no proveito médio por dormida verificaram-se nos meses de maio (-31,5%) e abril (-28,8%), que foram também os que registaram maiores diminuições no número de dormidas (-96,0% e -97,8%, respetivamente).

Numa análise por regiões, o proveito médio por dormida diminuiu 22,1% na Área Metropolitana de Lisboa e o Alentejo foi a região que registou maior proveito médio por dormida (48,0 euros) e a que apresentou maior crescimento deste indicador (+8,6%).

Na Área Metropolitana de Lisboa o proveito médio por dormida decresceu 22,1% e foi de 45,3 euros, registando a maior redução entre todas as regiões. As regiões que apresentaram crescimento neste indicador foram o Centro (+3,4%) e o Algarve (+0,9%), enquanto se observaram decréscimos na Região Autónoma da Madeira (-2,9%), no Norte (-13,2%) e na Região Autónoma dos Açores (-14,0%).