“Portugal é Lisboa e o resto é paisagem – Será?” Hélio Dias, CEO da Terzzit Investments

Hélio Dias, CEO da Terzzit Investments

Lia há dias uma notícia com base em dados do INE sobre os municípios onde a população mais cresceu entre 2011 e 2021. No top 20 estão os concelhos de Torres Vedras, Arruda dos Vinhos e Sobral de Monte Agraço, todos eles na Região Oeste (todos eles no distrito de Lisboa, é certo). Mafra, na fronteira entre a Grande Lisboa e a Região Oeste, ocupa o segundo lugar da lista.

No entanto, Odemira lidera, com um crescimento de 13.3%.

Ainda que a maioria destes 20 municípios pertençam aos Distritos de Lisboa, Setúbal e Faro, não foi exatamente nesses concelhos mais “centrais” que se registou um maior aumento.

Não pude deixar de pensar no primeiro artigo que escrevi para a Brainsre. Na altura, escrevi sobre o aumento do número de pessoas a sair das grandes urbes para zonas periféricas até uma hora de Lisboa ou Porto, e da descentralização das grandes cidades.

As pessoas procuram não só qualidade de vida, mas também um custo de vida equilibrado e, fundamentalmente, uma casa que possam pagar.

No que respeita à habitação, o resto do país já não é só paisagem. Cada vez mais aumenta a procura por casa nas zonas periféricas das grandes cidades, onde possam comprar ou arrendar casa, ter qualidade de vida a um custo sustentável, e deslocar-se aos grandes centros urbanos sempre que necessário.

Compete agora às entidades responsáveis dotar estas zonas das infraestruturas necessárias para acompanhar o desenvolvimento que um maior número de habitantes tem o potencial de impulsionar.