Não há dúvida de que Portugal é um país com uma história sísmica significativa, sem esquecer o fatídico dia 1 de novembro de 1755, onde um terramoto de magnitude 9,0 atingiu Lisboa, tendo resultado em enormes danos e perdas de vidas. Portugal, como muitas outras áreas geográficas, está localizado numa zona sísmica, e por essa razão, a estrutura dos edifícios é um tema crítico (e essencial), uma vez que as construções precisam ser projetadas e construídas para resistir a terramotos.
A Estrutura dos edifícios em Portugal, no que toca a sismos, tem sido alvo de muita pesquisa e desenvolvimento ao longo das últimas décadas, e foram realizados vários avanços significativos, não só na conceção e também na construção de edifícios resistentes a terramotos. A construção dos mesmos deve ter em conta as normas e padrões de construção sísmica, não só para resistir a terramotos, mas também para minimizar os danos causados por eles e garantir a segurança dos edifícios e os seus ocupantes. Para tal, o país adotou normas rigorosas para a construção de edifícios em áreas sísmicas, que podem ser encontradas em Diário da República.
Os edifícios devem ser projetados para resistir às forças sísmicas, dando uso a materiais e técnicas de construção adequados. As normas sísmicas de Portugal estabelecem diretrizes claras para o uso de concreto armado, aço e madeira, bem como técnicas de construção, como paredes de cortina, que fornecem uma barreira resistente para forças sísmicas. Outra consideração que se deve ter em conta é a utilização de construção sismo-resistente, que como o nome indica, possuem capacidade de resistir e proteger os ocupantes das forças geradas pelo sismo, devido à combinação de beetão e barras de aço reforçado.
Uma das principais técnicas usadas na construção de edifícios em Portugal é a utilização de estruturas de betão armado, construídas com vigas e colunas reforçadas com barras de aço e preenchidas com betão. Esta combinação de materiais ajuda a suportar o peso do edifício e a distribuir a carga de maneira uniforme, tornando-o mais resistente aos tremores. Além disso, a construção de edifícios em Portugal geralmente inclui a utilização de isoladores sísmicos, que são dispositivos colocados entre a fundação do edifício e a sua estrutura. Estes isoladores sísmicos servem para ajudar a dissipar a energia sísmica e reduzir a amplitude dos movimentos do edifício, o que ajuda a minimizar os danos causados aos edifícios e torná-los mais resistentes a terramotos.
Em Portugal, a legislação relativa à construção de edifícios em zonas sísmicas é regulamentada pelo Regulamento de Segurança e Ações para Estruturas de Edifícios e Pontes (RSAEP), que estabelece requisitos técnicos para o projeto e construção de estruturas de edifícios em áreas sísmicas. De acordo com a legislação, a construção de edifícios deve seguir uma série de critérios técnicos, para garantir a segurança das estruturas na eventualidade de terramotos. Esses critérios englobam a escolha de materiais de construção resistentes, o uso de técnicas de construção que minimizem a exposição das estruturas a terramotos, a implementação de sistemas de isolamento sísmico e de dissipação de energia, e a realização de testes e inspeções regulares para garantir a integridade da estrutura.
No entanto, a realidade mostra que muitas vezes estas normas não são seguidas, na prática, nomeadamente em edifícios mais antigos, que não foram construídos de acordo com as normas atuais. Além disso, a fiscalização por parte das autoridades competentes é insuficiente, permitindo que edifícios com riscos sísmicos sejam habitados.
Uma das principais questões é a resistência dos materiais de construção utilizados, sendo que os edifícios mais antigos construídos com materiais menos resistentes, como tijolos e argamassa, não possuem a mesma proteção contra sismos como os edifícios construídos com betão armado ou aço. Além disso, a qualidade da construção e a técnica utilizada também influenciam na resistência do edifício. Outro problema que se levanta é a falta de manutenção dos edifícios existentes. Muitos prédios antigos não recebem a devida manutenção, o que pode resultar em rachaduras, fissuras e outros danos que reduzem a resistência do edifício em caso de sismo.