Obras licenciadas aumentam 3,5% nos primeiros dois meses de 2022

O consumo de cimento no mercado nacional regista um crescimento de 10,7%.

Na análise de conjuntura do setor da construção, divulgada ontem pela AICCOPN (Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas), a generalidade dos indicadores de atividade do Setor observaram uma evolução positiva.

Segundo estimativas do Instituto Nacional de Estatística, no primeiro trimestre de 2022 o PIB registou um aumento homólogo de 11,9%, refletindo em parte um efeito de base, dado que em janeiro e fevereiro de 2021 estiveram em vigor várias medidas de combate à pandemia, e uma subida acentuada do consumo privado. Comparativamente com o trimestre anterior apura-se um aumento de 2,6%, o qual foi o maior registado entre os 11 países da União Europeia que já divulgaram este indicador. Verifica-se também um crescimento da generalidade dos indicadores relativos à atividade do setor da Construção, com o consumo de cimento no mercado nacional a registar um crescimento de 10,7%, em termos homólogos, totalizando 1.020,9 milhares de toneladas nos primeiros três meses de 2022.

Entre janeiro e fevereiro de 2022, o número total de obras de edificação e reabilitação licenciadas aumentou 3,5% face a igual período do ano passado, em resultado de variações de 5,8% nos edifícios residenciais e de -3,2% nos edifícios não residenciais. No que diz respeito ao número de fogos licenciados em construções novas, assiste-se a uma significativa subida de 19,8% em termos homólogos. No que concerne ao montante dos novos empréstimos concedidos aos particulares para aquisição de habitação, a informação disponibilizada indica um total de 2.464 milhões de euros até fevereiro, o que traduz uma subida de 25,3% em termos homólogos.

Por seu turno, no 1º trimestre de 2022, a evolução do mercado das obras públicas foi negativa, verificando-se uma redução de 7,9%, em termos homólogos, no volume dos concursos de empreitadas de obras públicas promovidos, e no que concerne ao montante total dos contratos de empreitadas de obras públicas objeto de celebração e registo no Portal Base verifica-se uma variação homóloga temporalmente comparável de -42,7%. No entanto, segundo a AICCOPN, apesar deste arranque deficitário ao nível das empreitadas de obras públicas, perspetiva-se uma aceleração da atividade para os próximos meses, tendo em conta o volume de investimentos públicos previstos no PRR e no Portugal 2020 e a expectável aprovação do Orçamento do Estado para 2022.