O número de edifícios destinados à habitação sobe 0,8% na última década

A Região Autónoma dos Açores e o Algarve são as regiões que registaram os maiores acréscimos no parque habitacional.

De acordo com os dados apresentados pelo Instituto Nacional de Estatística, Portugal registou um aumento do número de edifícios e de alojamentos destinados à habitação, mesmo que num ritmo inferior ao verificado em décadas anteriores.

Segundo os Resultados Provisórios dos Censos 2021, o número de edifícios destinados à habitação é de 3 573 416 e o de alojamentos é de 5 981 485. Valores que comparativamente a 2011, representam uma subida de 0,8% e 1,7%, respetivamente. O crescimento do parque habitacional nos últimos 10 anos é significativamente inferior ao verificado na década anterior, quando os valores se situavam na ordem dos 12% para edifícios e os 16% para alojamentos.

O INE avança ainda que em termos regionais, a Região Autónoma dos Açores e o Algarve são as regiões que registaram os maiores aumentos no parque habitacional, com o número de edifícios destinados à habitação a subir 1,7% e 1,1% e os alojamentos 3,3% e 3,2%, respetivamente.  Na década anterior, a região do Algarve foi também a região que registou o maior crescimento do parque habitacional.

Entre 2011 e 2021, o número de alojamentos destinados à habitação registou um crescimento de 72% dos municípios portugueses (221 municípios).  Os edifícios com apenas um alojamento representam cerca de 87% do parque habitacional, enquanto que os edifícios com 2 a 4 alojamentos representam 7,5% e os edifícios de maior dimensão, com 10 ou mais alojamentos, correspondem apenas a 2,3% dos edifícios para fins habitacionais.

O número médio de alojamentos por edifício em Portugal é de 1,7, valor que se mantém desde 2011. A região que apresenta o valor mais elevado é a Área Metropolitana de Lisboa, com 3,3 alojamentos por edifício, sendo que na Região Autónoma dos Açores e no Alentejo se observam os valores mais baixos, 1,1 e 1,2, respetivamente.

Por município, a análise regista um contraste entre o litoral e o interior do país, observando-se o número médio de alojamentos por edifício mais elevado nos municípios da Área Metropolitana de Lisboa e da Área Metropolitana do Porto, assim como na maioria das sedes de distrito. Os municípios de Amadora, Lisboa, Oeiras e Odivelas apresentam os valores mais elevados na dimensão média dos edifícios, entre 7 e 4,2 alojamentos por edifício.  Com os valores mais baixos destacam-se os municípios do Nordeste, Mora e Vimioso.

De acordo com o INE, na última década reforçou-se ligeiramente o peso da primeira habitação em detrimento das residências secundárias. Em 2021, dos alojamentos familiares clássicos, 4 143 043 são residências habituais, 1 104 398 são residências secundárias ou de uso sazonal e 723 214 correspondem a alojamentos vagos.

Entre 2011 e 2021, a forma de ocupação dos alojamentos familiares registou ligeiras alterações. Em 2021, 69,4% dos alojamentos são destinados à primeira habitação, tendo este valor observado um aumento de 1,3 p.p. em relação a 2011. As residências secundárias perderam importância relativa em 0,8 p.p. e a proporção de alojamentos vagos decresceu 0,4 p.p.

No que diz respeito aos alojamentos ocupados em regime de arrendamento, os mesmos representam 22,3% do total e viram a sua importância reforçada em 2,4 p.p. face a 2011. Os alojamentos em outra situação de ocupação, onde se incluem, por exemplo, as cedências de habitação por empréstimo, correspondem, em 2021, a 7,7% dos alojamentos de residência habitual.

A análise indica que em 21% dos alojamentos arrendados, o valor da renda é superior a 1000 euros. Quanto aos alojamentos familiares em regime de arrendamento, que totalizam 922 921 alojamentos, o escalão do valor mensal da renda com maior representatividade é o dos “650 euros aos 999,99 euros” com 40,4% dos alojamentos ocupados por arrendatários.