Número de fogos submetidos a licenciamento desce 17%

A atividade na construção nova comprimiu cerca de 13%.

A atividade de promoção residencial travou ao longo de 2021, observando-se uma quebra de 17% no número de fogos submetidos a licenciamento no país. Este é o resultado do Pipeline Imobiliário apurado pela Confidencial Imobiliário, com base nos pré-certificados energéticos emitidos pela ADENE, hoje divulgado.

Nos primeiros onze meses do ano, foram sujeitos a processo de licenciamento municipal em Portugal Continental um total de 15.250 novos projetos de habitação, perfazendo 35.000 fogos. Esta carteira apresenta uma descida em torno dos 17% quer em número de projetos quer em número de fogos face à atividade registada em igual período de 2020, quando o pipeline residencial no país ascendeu a 18.250 projetos num total de 42.250 unidades.

De acordo com Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, “em termos absolutos isto significa que foram projetados menos 7.250 fogos do que em 2020, um número que se deverá acentuar mais com os apuramentos relativos a dezembro. É uma situação que começa a preocupar o mercado, de acordo com o último inquérito de confiança realizado, o PHMS. A falta de oferta não só é apontada pelos operadores como um dos principais motores da subida de preços, como começa a constar como um potencial travão à atividade transacional do mercado a prazo”.

Foi na obra de reabilitação que se sentiu a principal descida, onde os atuais 2.670 projetos e 5.400 fogos contabilizados apresentam contrações de 26% e 34%, respetivamente, face ao ano passado. No acumulado de 2020 até novembro a carteira de reabilitação registava 3.600 projetos e 8.200 fogos. A atividade na construção nova reduziu cerca de 13% (em número de projetos e de fogos), somando em 2021 cerca de 12.600 novos projetos num total de 29.600 unidades, em contraste com os 14.600 projetos e 34.000 fogos submetidos a licenciamento em 2020. A construção nova representa agora 85% dos fogos em carteira, reforçando a sua quota face a 2020, quando aglomerava 81% do pipeline.

Por regiões, apenas o Alentejo apresentou uma evolução positiva da atividade face a 2020, com uma carteira de fogos 13% superior (1.210 vs 1.070), embora seja a região com menor quota no total do país (3%). Por seu turno, na Área Metropolitana de Lisboa, com 25% dos fogos em carteira em Portugal, a quebra foi de 18% (8.720 vs 10.570), enquanto na Área Metropolitana do Porto (21% do total nacional), a carteira diminuiu 11% (7.200 vs 8.100).  No Algarve, a atividade decresceu 11% (2.540 vs 2.870), numa região que mantém o seu peso em 7% do total nacional.