Mercados de Escritórios em Lisboa e no Porto caíram 34% e 66% no primeiro semestre de 2021

O mercado de escritórios de Lisboa contabilizou nos primeiros seis meses do ano de 2021 um volume de absorção total aproximado de 55.500 m2.

Análise recente da consultora imobiliária internacional Savills indica que a atenuação dos efeitos da pandemia e o crescente regresso aos escritórios impulsionarão o início de uma recuperação a partir da segunda metade do ano.

O estudo evidencia que o mercado de escritórios de Lisboa contabilizou nos primeiros seis meses do ano de 2021 um volume de absorção total aproximado de 55.500 m2, revelando um decréscimo de 34% comparativamente ao mesmo período de 2020 e uma quebra de 50% comparando com o volume alcançado no 1.º semestre de 2019, no período pré-pandemia.

De acordo com Alexandra Portugal Gomes, Head of Research da Savills Portugal, “Não são resultados que nos tragam surpresa, nem geradores de pessimismo. As previsões que temos avançado no decorrer deste ano têm sido coerentes com os resultados que estão a ser observados, assentes num contexto de recuperação da pandemia que ainda coloca muitas empresas em regime de teletrabalho e consequentemente conduz a um prolongamento das decisões de mudança ou expansão de novas instalações”.

Numa comparação trimestral aos resultados alcançados no decorrer do 2.º trimestre de 2021, foi verificada uma descida de 35% comparativamente ao mesmo período de 2020, e uma quebra de 62% relativa ao mesmo período de 2019.

Ana Redondo, Associate Director do Departamento de Office Agency da Savills Portugal, refere que “O setor das TMT´s & Utilities e o setor financeiro têm sido as grandes forças motrizes do mercado de escritórios de Lisboa. Seja por motivos de mudança de escritórios ou expansão de atividade, estes dois setores mantêm uma procura que tende a ser cada vez mais expressiva e dinâmica, colocando a tónica nos fatores qualidade, modernidade e inovação. São áreas de atividade que, pela sua natureza operacional e grau de internacionalização, colocam ao mercado novos desafios de ocupação, necessários para a contínua e bem-sucedida modernização do parque de escritórios de Lisboa”.

Mês a mês, o mercado de escritórios de Lisboa caminha para uma recuperação mais estável dos valores de ocupação. O mercado assistiu a um mês de março muito forte, no qual foram fechadas 8 operações com uma área média ligeiramente superior a 2.000 m2, e, ainda que mês de abril tenha sofrido uma quebra de 58%, os meses de maio e junho começaram a registar subidas face aos meses homólogos de 2020, deixando antever o início de uma trajetória de recuperação gradual mais estável e sustentada.

Já no Porto, há registo de uma descida de 66% no 1º semestre de 2021, no entanto revela uma subida gradual mês a mês do volume de absorção que deixa antever uma recuperação.

O volume de absorção total relativo aos primeiros 6 meses de 2021, no mercado de escritórios do Porto, situou-se nos 9.558 m2, o que representa uma descida de 66% comparativamente ao período homólogo de 2020 e uma quebra de 53% face ao mesmo período no ano 2019.

No total, foram registadas 24 operações, o mesmo número de transações fechadas no 1.º semestre de 2020, com uma área média de 398m2.

A análise por intervalo de área permite à consultora verificar que a procura de mercado foi direcionada para áreas de menor dimensão ao longo deste 1.º semestre de 2021, em detrimento da ocupação de áreas de maior dimensão, que tiveram uma expressão mais significativa do decorrer do 1.º semestre de 2020, mais concretamente nos primeiros três meses do ano, no período pré-pandemia.

Alexandra Portugal Gomes, Head of Research da Savills Portugal, salienta que “No mercado de escritórios do Porto, é mais visível uma retração da procura e o adiamento de decisões de mudança ou expansão de instalações. Ainda assim, a observação dos valores de absorção desde o início do ano 2021 até ao final de junho de 2021, permite-nos verificar uma evolução muito consistente mês a mês, ainda que em níveis abaixo dos verificados no mesmo período do ano 2020, mas que progridem e reagem positivamente à recuperação do mercado”.

A análise conclui que o setor financeiro, e à semelhança do que também se tem observado no mercado de escritórios de Lisboa, foi o mais ativo no mercado de escritórios do Porto ao longo do 1.º semestre de 2021, com o fecho de 5 operações num total superior a 2.000 m2. No que diz respeito ao motivo da procura no mercado do Porto, a mudança de instalações e abertura de novas empresas foram responsáveis por 88% do volume de absorção registado ao durante o 1.º semestre de 2021.

Segundo Ana Redondo, Associate Director do Departamento de Office Agency da Savills Portugal, “Independentemente dos resultados alcançados, é importante ressalvar que os escritórios irão continuar a exercer um papel fulcral no reforço dos valores e cultura da empresa. Com 54% dos novos espaços de escritórios projetados para 2021 já pré-arrendados e um processo de vacinação que segue a bom ritmo, os próximos meses prometem abrir caminho a um ano 2022 mais próximo dos valores pré-pandemia”. A responsável acrescenta que “O retorno dos colaboradores e a recuperação dos efeitos da pandemia, a par de uma procura que se prevê continuar ativa, sustentam também a estabilidade dos valores de renda praticados”.