O resultado do Office Flashpoint divulgado hoje pela consultora JLL regista um incremento de 75% da ocupação do mercado de escritórios em Lisboa e no Porto face a 2021. O relatório revela que no acumulado de janeiro a novembro foram ocupados 312.000 m2 de escritórios em Lisboa e no Porto.
Trata-se assim, de uma atividade recorde e que supera em 75% os 178.000 m2 tomados no mesmo período do ano passado, em ambas as regiões.
De acordo com Sofia Tavares, Head of Office Leasing da JLL, “este ano foi surpreendente para os escritórios. Apesar de termos saído da situação pandémica, logo no início do ano, a conjuntura internacional alterou-se drasticamente com o conflito na Europa e as condições económicas também se agravaram. Isso levantou muitos receios, mas a verdade é que as empresas seguiram os seus planos de mudança de instalações, criaram-se empresas e continuaram a surgir novos ocupantes internacionais no nosso país. Este ano beneficiou também do efeito do regresso ao escritório: muitas empresas só agora estabilizaram o seu modelo de trabalho pós-pandemia e adequaram o seu espaço de ocupação a essas novas realidades. Isso implicou também um fluxo importante de novas ocupações.”
A responsável salienta ainda que “2022 foi realmente um ano de procura muito intensa. De tal forma que atingimos níveis recorde de atividade e que, mesmo assim, acabou por ser refreada por falta de oferta adequada. Para 2023, estamos expectantes, pois não só partimos de uma base de ocupação em níveis máximos, como se adivinha um ano de grandes desafios ao nível das condições económicas, com impacto no consumo e o respetivo reflexo na atividade de grande parte das empresas potencialmente ocupantes”.
Até novembro, Lisboa totaliza 259.200 m2, um valor nunca visto neste mercado, onde foram realizados 186 negócios com uma área média de cerca de 1.400 m2. A área ocupada revela um aumento de 88% face ao período homólogo, quando foram tomados 137.900 m2. O Parque das Nações foi a localização mais dinâmica, em 2022 e à data, reunindo 27% da ocupação anual e refletindo uma forte atividade de pré-arrendamento, numa zona onde estão localizados boa parte dos novos edifícios de escritórios em construção na cidade. As empresas de Serviços Financeiros foram as mais dinâmicas, com 35% da área ocupada no acumulado do ano.
Mais a norte, no Porto, a ocupação anual até novembro ascende a 52.700 m2, somando um total de 61 operações numa área média de cerca de 900 m2. Esta é uma atividade que apresenta um incremento de 31% face aos 40.300 m2 ocupados em igual período do ano passado. Segundo o relatório da JLL; na região existe um equilíbrio entre as zonas alvo de maior procura, nomeadamente Matosinhos e o CBD-Baixa, com 35% e 33% do take-up anual, respetivamente. Wntre os setores de procura mais ativos, encontram-se as TMT’s & Utilities que são líderes destacados do mercado a Norte, gerando 51% da ocupação anual.
O Office Flashpoint da JLL analisa também o desempenho mensal de ambos os mercados em novembro, dando conta de níveis de atividade menos dinâmicos que ao longo do ano. Na capital foram ocupados neste mês cerca de 5.300 m2 e na invicta 3.200 m2.
Segundo Sofia Tavares, “Estes últimos meses do ano têm sido menos robustos em termos de ocupação, o que é natural após um período com índices de atividade muito fortes e concretização de negócios de grande dimensão, como aconteceu no verão. Vamos ver como desempenha dezembro, que é tradicionalmente um mês muito forte”.
