O mercado imobiliário de luxo tem aumentado nos últimos anos, se por um lado em Portugal existe uma enorme procura por parte dos investidores estrangeiros, existem também muitos portugueses com elevado poder de compra que procuram por maior conforto, sofisticação e requinte. Desta forma, o volume de lançamentos de novos empreendimentos tem vindo a crescer a par com a subida na comercialização de habitações de luxo.
Embora não acessível a todos, o segmento de luxo tem vindo a consolidar-se com os portugueses a investirem cada vez mais neste mercado. A habitação tornou-se no palco das nossas vidas, com a pandemia a criar novas necessidades na procura por lugares sossegados, seguros e espaçosos.
Antes da Covid-19, a localização era um dos fatores decisivos na compra de habitação. Neste momento, as famílias dão mais importância ao imóvel e ao tempo quetêm disponível para o desfrutar, promovendo assim uma vida com maior contacto com a natureza. Ter áreas exteriores passou a ser fundamental da mesma forma que um espaço reservado para escritório, dado que a possibilidade do trabalho remoto levou a que os imóveis estejam a ser usados durante todo o ano e não apenas em algumas épocas.
As principais características do segmento de luxo, assentam não só no valor unitário dos imóveis, mas acima de tudo nos serviços que oferecem e nas comodidades que os distinguem. Se por um lado, é necessária uma localização privilegiada com vistas para o mar, cidade ou rio, novos e modernos projetos imobiliários, ateliers de conhecidos arquitetos, elevado pé-direito e excelentes acabamentos, por outro pedem-se jardins, ginásios, piscinas, espaços para as crianças, spas e serviços como segurança.
O aumento da procura por parte de investidores, tanto nacionais como estrangeiros faz com que o mercado de luxo esteja em claro crescimento e tudo indica que o seu peso na faturação das redes imobiliárias continuará a aumentar. Apesar de todo o setor imobiliário se ter mostrado resiliente ao longo dos últimos anos, este é o segmento que tem demonstrado essa capacidade, perante várias dificuldades de origem económica e financeira, como as subidas da inflação e das taxas de juro. Ao que parece, neste segmento que continua a dar cartas no país, quanto mais caras as habitações melhor. Este requinte e sofisticação vão atraindo cada vez mais adeptos que continuam a querer adquirir habitações de luxo, que vão ao encontro das suas necessidades. Prova disso, é o anúncio de que parte da oferta que chega ao mercado esteja já vendida.
O mercado de luxo está bastante dinâmico, com um crescimento significativo que se explica pela forte procura, bem como pelo regresso ao mercado português dos investidores estrangeiros, que havia abrandado na altura dos sucessivos confinamentos, traduzindo-se assim num forte aumento de transações imobiliárias neste segmento. O teletrabalho e o confinamento abriram caminho a novas tendências e o perfil de quem procura habitação alterou-se bastante, bem como o tipo de imóvel, com maior procura por ativos com espaços exteriores, habitações eficientes a nível energético, localizações privilegiadas como o campo ou praia, maior número de metros quadrados, mais espaço para as crianças e para trabalho, como acima referido. As moradias foram um enorme chamariz, no entanto os apartamentos dentro de condomínios com este tipo de atributos também estão no topo da lista de desejos.
Os grandes centros urbanos continuam no topo das preferências dos portugueses, com Lisboa e Porto a liderar a procura. Contudo, outras zonas como o Algarve e a Comporta são também destinos atrativos para quem pretende comprar este tipo de imóveis. Embora a localização seja um dos requisitos para a escolha, a centralidade já não está na ordem do dia e as periferias nunca estiveram tão em voga. Muitos municípios à volta das grandes urbes, que antigamente eram designados como cidades-dormitório, estão agora a receber empreendimentos de luxo. Zonas como o Barreiro, Alcochete, Montijo e Seixal, são algumas das cidades que estão agora a ver nascer muitos projetos do segmento de luxo.
