Bom, ainda é precoce para tirar conclusões e muito menos assumir generalizações fundamentadas apenas pela minha visão e opinião enquanto “operador” no mercado do investimento e promoção imobiliária.
Se por um lado é notório o abrandamento de transações, em especial no mercado residencial nacional, resultado do galopar das taxas de juro, que provocaram uma diminuição drástica no acesso ao crédito habitação pela classe média; por outro lado, sente-se um crescimento bastante acentuado do interesse por parte de pequenos e médios investidores na compra e/ou construção de ativos imobiliários para colocar no mercado de arrendamento.
Se por um lado, sentimos no passado alguma resistência no mercado de pequenos e médios investidores ao “construir para arrendar”, de momento vemos que estamos finalmente a seguir outros países onde estava já na crista da onda este género de investimento. Acredito que tenha ainda pouco impacto este ano, mas que nos próximos anos o número de projetos “Build to rent” deverá triplicar e propagar-se no mercado residencial nacional. Com esta tendência não só estaremos a combater a falta de habitação como também a potenciar a inevitabilidade de aculturar os portugueses a viver em casa arrendada de forma permanente e não sobrevalorizar a necessidade de ter casa própria.
Quanto aos investidores, estarão a entrar num segmento altamente lucrativo e consistente, com um desafio por resolver ainda… a construção tradicional conseguirá dar resposta?