Os dados são revelados através do mais recente estudo trimestral da JLL, o Market Pulse, que indica que o montante investido em imobiliário comercial nos últimos três meses eleva o total do ano para 1.173 milhões de euros e abre boas perspetivas para o 4º trimestre.
O estudo trimestral desenvolvido pela consultora com a análise ao comportamento dos setores de investimento e de ocupação nas áreas de escritórios, retalho e habitação revela que o investimento em imobiliário comercial em Portugal acelerou consideravelmente no 3º trimestre deste ano, somando 583 milhões de euros investidos, na sequência da recuperação sentida no trimestre anterior. O valor iguala o volume de investimento captado no primeiro semestre e coloca a atividade anual em 1.173 milhões de euros.
Pedro Lancastre, diretor geral da JLL, refere que “mesmo incluindo o período de verão, naturalmente menos dinâmico, os últimos três meses geraram 50% de todo o investimento acumulado no ano”. Para o responsável “este é um excelente sinal para a reta final do ano, pois comprova o apetite dos investidores e o seu maior otimismo, bem como a credibilidade de Portugal no mapa internacional de investimento, onde existe muita liquidez disponível. Mesmo tendo atravessado um início de ano conturbado, com um novo confinamento, o mercado imobiliário tem condições de retomar os seus níveis de atividade pré-Covid, que nos últimos anos foram muito robustos.”
O Market Pulse da JLL conclui que 50% do investimento em imobiliário comercial diz respeito a negócios concretizados nos últimos três meses. No que respeita ao segmento de escritórios, concentram 50% do investimento anual, num total de 582 milhões de euros, seguidos pelo imobiliário hoteleiro, com uma quota de 22% equivalente a 256 milhões de euros, e do setor de alternativos, que captou 18% do montante investido, num total de 218 milhões de euros. Quanto às yields prime mantêm-se estáveis em todos os setores, atingindo mínimos históricos nos escritórios (4,00%), comércio de rua em Lisboa (4,25%) e em industrial & logística (5,75%).
Na ocupação, os escritórios chegam ao final do 3º trimestre com 80.650 m2 tomados em Lisboa, a retoma na ocupação é acompanhada de uma estabilidade nas rendas.
No segmento de retalho, a recuperação da economia, com aumento do consumo, abre boas perspetivas para o desempenho operacional das lojas, as rendas têm permanecido transversalmente estáveis, apenas com pequenos ajustes em zonas prime ao mesmo tempo que estão a emergir novas localizações de retalho em núcleos residenciais.
Quanto à habitação, o volume de vendas residenciais está agora alinhado com os níveis recorde atingidos no final de 2019, registando-se uma forte procura quer por parte dos compradores nacionais quer dos internacionais, os quais representam 42% nas vendas no acumulado do ano. O mercado continua a pautar-se pela falta de oferta e os preços mantêm a tendência de subida, embora o crescimento seja agora mais lento.