Internet de alta velocidade e boa vista são fatores decisivos na compra de habitação

Portugueses valorizam Internet de alta velocidade e uma boa vista na decisão de compra de habitação.

O mais recente estudo da Savills, que analisou as tendências de compra de habitação em Portugal, França, Itália e Espanha, revela as tendências dos potenciais proprietários de habitação. No topo da lista de desejos dos compradores de imóveis estão: amenities, acesso à internet de alta velocidade e uma boa vista.

Segundo a consultora imobiliária internacional, para todos os mercados em análise, o espaço exterior também é importante para os potenciais compradores, com uma grande valorização de varandas e pátios por parte de quem compra em áreas urbanas. Quanto aos que compram em áreas rurais, a prioridade passa pelas áreas ajardinadas maiores.

 De acordo com o estudo “What Buyers Want”, a procura por mais espaço é também uma das principais motivações para aquisição, com 58% dos compradores a preferirem uma residência principal numa área rural. Este valor sobe para os 80% quando se trata da aquisição de uma residência secundária. No estudo, a Savills World Research abrangeu compradores da rede da Savills que procuraram propriedades em França, Espanha, Itália e Portugal entre fevereiro e março de 2021. As conclusões, com base em 500 respostas, permitem perspetivar as motivações e desejos dos atuais compradores de casas.

O estudo da Savills revela que 86% dos compradores portugueses, dão maior importância à proximidade à praia, em detrimento da comodidade das instalações, no entanto esse valor desce para os 77% em Espanha. A proximidade a um grande aeroporto também é importante, com 75% dos compradores em Portugal e 65% dos compradores em Espanha a indicarem este como um fator essencial.

Fatores de relevância são também a existência de piscinas e espaço dedicado a trabalho remoto. De acordo com a análise, os que compram em Portugal conferem maior importância a uma piscina (77%). Este grupo também confere uma grande importância à proximidade a instalações desportivas (70%) e a um campo de golfe (63%).

Mais de um quarto dos inquiridos (27%), com a pandemia de COVID-19 , declarou que o aumento do trabalho a partir de casa influenciou de alguma forma a decisão de compra. Quase três quartos (74%) dos inquiridos espera trabalhar a partir de casa pelo menos uma vez por semana, um aumento face aos 50% registados no período anterior à pandemia.

“O contexto de pandemia vivido nos últimos 12 meses acabou por vir acelerar algumas tendências que já vinham a ser observadas e que agora ganharam um novo ímpeto e importância. A questão do trabalho remoto que veio possibilitar trabalhar a uma distância maior do local do trabalho, a constatação de que grande parte dos espaços residenciais não estavam preparados para a realidade do trabalho a partir de casa, a necessidade de estarmos mais rodeados de espaços verdes que nos transmitam uma sensação de liberdade e ao mesmo tempo segurança, são tudo fatores que agora entram na lista de fatores a ponderar dos compradores e fazem parte de uma nova equação”, refere Alexandra Portugal Gomes, Associate Market Research Savills Portugal.

Quase 70% dos inquiridos consideram a eficiência energética uma característica importante da propriedade, dos quais metade indicou como importante a sustentabilidade dos materiais usados na sua construção. Comprar uma segunda habitação ou uma casa de férias mantém-se como uma das principais prioridades para os compradores de prime properties, sendo que 37% dos inquiridos, afirma ser essa a razão da sua compra.

Jelena Cvjetkovic, Diretora da Savills Global Residencial, salienta que: “A pandemia de Covid-19 trouxe mudanças na forma como as pessoas vivem e trabalham, alterando o que os compradores consideram importante nas suas casas. Desde a procura de mais espaço, a necessidade de conectividade para facilitar o aumento do trabalho doméstico, até ao aumento da consciência ambiental, os resultados destacam as tendências que se estão a desenrolar nos mercados residenciais a nível global”.

Os mercados prime de segundas residências de Itália, Espanha e Portugal são altamente internacionalizados, sendo os britânicos os que mais compram segundas residências em Espanha (57%) e em Portugal (47%). Portugal é popular entre os compradores de segundas residências por britânicos (47%) e irlandeses (15%). Os compradores de nacionalidade portuguesa exercem também um peso de 15%.

“O aumento do trabalho remoto significa que os proprietários passarão mais tempo nas suas segundas casas.  Isto pode significar que estão preparados para viajar mais longe, abrindo, por sua vez, uma maior variedade de destinos de segunda casa”, salienta Paul Tostevin, Diretor da Savills World Research.

Ricardo Garcia, Residential Director, refere que “Este estudo vem ao encontro do que temos sentido por parte de clientes compradores, internacionais e nacionais. No que diz respeito a clientes internacionais, nomeadamente britânicos, os compradores têm-se focado, não só nos locais anteriormente procurados, mas também em novas zonas e para um tipo de habitação mais virada para o espaço exterior e que acomode home office. No mercado interno, a tendência é um equilíbrio entre trabalho no escritório e working from home, o que fez com que os compradores nacionais adicionassem ao apartamento central e funcional uma segunda habitação, em que podem usufruir de um maior espaço interior e exterior”.