“Há muita procura por imóveis de qualidade na Região do Oeste” – Hélio Dias, CEO da Terzzit Investments

Consultora e gestora de ativos imobiliários com sede no Oeste, a Terzzit Investments, da qual Hélio Dias é CEO, tem vindo a desenvolver alguns projetos com destaque no último ano.

Com o foco no investimento imobiliário, Hélio Dias, em entrevista ao Brainsre News Portugal, fala sobre a necessidade de criar um maior parque habitacional de arrendamento, nomeadamente através de projetos de Build to Rent. O CEO da Terzzit Investments, revela-nos quais os planos para o futuro da consultora.

A Terzzit tem uma clara aposta na zona do Oeste, com empreendimentos reconhecidos pelo seu elevado potencial e rentabilidade, considera que a região está em voga?

Há muita procura por imóveis de qualidade na Região. O Oeste está na moda: permite uma qualidade de vida que não temos nas grandes cidades, mas está suficientemente próximo da capital para que exista a deslocação diária para trabalhar, por exemplo.

Por outro lado, há também cada vez mais estrangeiros a comprar casa no Oeste. Seja para se fixarem aqui ou para segunda habitação.

Diria que a localização, com proximidade a várias praias e locais turísticos, e a curta distância de Lisboa, tem vindo a atrair quem procura maior qualidade de vida, sejam nacionais ou estrangeiros.

Acreditamos que a descentralização das cidades principais vai trazer cada vez mais investimento imobiliário para o Oeste onde o preço médio por m² é de 1000 €, menos de um terço dos valores praticados no concelho de Lisboa (cerca de 3500 €/m²).

Um dos focos do investimento na Região é contribuir para que o Oeste seja cada vez mais um destino não só da moda, mas que atraia pessoas que se queiram fixar aqui, e assim movimentar a economia local.

A crescente descentralização das grandes cidades, também fruto da pandemia, pode ser um dos motivos para uma elevada procura?

Sim. A pandemia trouxe-nos os confinamentos, passar mais tempo em casa deu ao consumidor uma perspetiva diferente de “lar”, privilegiando a qualidade da sua habitação e de algumas características em específico como, por exemplo, a existência de espaços exteriores. Este sentimento de “novo lar” foi uma das alavancas do crescimento na procura de casa pelo comprador nacional e fez disparar o número de transações, em especial no final de 2021 e primeiro semestre de 2022.

Deu-se também a adoção e “normalização” do trabalho remoto, que veio dar ao consumidor liberdade para escolher onde viver. Verificámos maior procura por parte de um público estrangeiro que pretende fixar-se em Portugal trabalhando à distância.

Que impacto teve o novo regime dos Vistos Gold na procura por investidores estrangeiros?

É mais uma medida que, aparentemente, pode funcionar, e vem repleta de boas intenções, mas não tem tido impacto significativo no desenvolvimento do Interior.

No caso da Terzzit, trabalhamos com muitos investidores estrangeiros, cuja prioridade nem é obter visto, mas antes rentabilizar o seu capital.

Fale-nos um pouco sobre os projetos que a Terzzit tem atualmente em mãos.

Além dos projetos a decorrer, temos cerca de 25 projetos para 2023 e 2024: 10 em fase de estudo e planeamento e outros 15 já fechados. Estamos a trabalhar no sentido de ter um maior alcance a nível geográfico, mas também no desenvolvimento de projetos para diferentes públicos-alvo. Temos projetos para um segmento que procura imóveis com características premium, e outros (principalmente os de construção em altura) acessíveis a outros segmentos. Estamos, designadamente, a desenvolver e gerir carteiras de arrendamento com alguns investidores – o chamado Build to Rent (BTR), que é relativamente recente no nosso país.

Quais são para si as principais medidas para mitigar a escassez de oferta de habitação?

É necessário criar maior parque habitacional de arrendamento, nomeadamente através de projetos de Build to Rent.

Na nossa ótica, a estratégia passa por valorizar os projetos BTR, melhorando a sua Yied e tornando-os mais atrativos para os investidores.

A adoção, pelo Estado, de mecanismos que, de alguma forma, facilitem a construção para arrendamento, bem como a revisão das condições fiscais neste tipo de investimento, também poderiam contribuir para solucionar o atual problema de habitação para a classe média, cada vez com maior dificuldade em obter habitação própria.

O que perspetiva a médio e longo prazo e quais os planos para o futuro da consultora e gestora de ativos?

O nosso foco é o investimento imobiliário. Queremos continuar a crescer, captar investimento, alargar a nossa carteira de investidores e desenvolver projetos imobiliários em vários pontos do país, alargando também o público-alvo.

Por um lado, estamos a desenvolver projetos de Build to Rent com vários de tipos de investidores, sejam os que têm capital para investir num empreendimento completo, ou os pequenos investidores que pretendem rentabilizar o seu capital através de uma ou duas unidades que lhes possibilite obter algum rendimento passivo; por outro, trabalhamos também com carteiras de imóveis e Fundos Imobiliários.