EY antecipa os desafios de Portugal no segundo semestre do ano

A 2.ª edição do estudo “Conhecer os desafios ajuda a encontrar o caminho?” é uma antevisão dos desafios para a segunda metade do ano.

Passado mais de um ano após o início da pandemia, a EY lança a 2.ª edição do estudo “Conhecer os desafios ajuda a encontrar o caminho?”, que faz uma antevisão dos principais desafios para Portugal e para os portugueses na segunda metade do ano.

Esta publicação dividida nos capítulos Crescimento e ESG, olha para setores tão diversos como a banca, o turismo, o retalho e a mobilidade, traçando as principais dificuldades que enfrenta o tecido empresarial português, identificando, ao mesmo tempo, as ligações com os temas e tendências que marcam o ‘novo normal’ e que vão ter impacto na agenda de crescimento, o comércio eletrónico, o foco na sustentabilidade, entre outros.

Segundo João Alves, Country Managing Partner da EY Portugal, “Para muitos setores, a retoma da procura internacional e a agilidade das empresas permitiu já o regresso a níveis de atividade e de exportações muito expressivos. Para as atividades mais dependentes dos fluxos de turismo e da proximidade com os clientes, a realidade é dura e a recuperação vai ser lenta”. O responsável acrescenta que “já é seguro dizer que a realidade pós-pandemia será diferente da que conhecemos no passado: as preferências dos clientes mudaram, o modelo de atração e retenção de talento mudou e a gestão de risco terá de ser necessariamente diferente em toda a organização”.

Quanto ao crescimento, de acordo com a análise da EY, “algumas alterações serão passageiras, mas outras alteraram estruturalmente os hábitos e os modelos de trabalho, e terão por isso de ser contornados ou mitigados pelas empresas e outros agentes económicos, ou mesmo aproveitados, no caso dos que geram novas oportunidades”.

No que diz respeito à banca, especialistas da EY consideram que a saída dos colaboradores dos escritórios e a menor afluência de clientes nas agências constituem uma oportunidade de reduzir os custos imobiliários e de consumíveis, mesmo que isso crie desafios noutras áreas como o apoio à força de trabalho à distância, a tecnologia e a experiência do cliente. A EY assinala que a consolidação no setor também oferece oportunidades de sinergias reais e reconhece que o apetite para fusões e aquisições no mercado já está a aumentar.

Quanto ao segmento do turismo, o estudo indica que o retorno aos níveis de atividade pré-pandemia só deverá acontecer a partir de 2023, implicando grandes desafios em matéria de solvabilidade e liquidez, que exigirão a continuidade dos apoios públicos. “O final da pandemia está no horizonte, mas o setor do turismo será talvez aquele em que a recuperação será mais lenta. A existência de medidas de apoio ao sector será fundamental para assegurar a existência de capacidade no pós-pandemia e o reforço da competitividade do setor”.

A análise identifica a pandemia, independentemente da área da atividade, como uma oportunidade única para um dos pilares fundamentais da economia nacional, as empresas familiares que devem reavaliar os seus modelos de negócio. Devem considerar como fundamental a liquidez, a diversificação e a robustez do financiamento, assim como o planeamento de sucessão e o envolvimento das gerações mais jovens.

No que concerne ao Estado e ao seu papel na mitigação dos impactos da crise, a EY considera que as políticas fiscais e financeiras e as linhas de crédito disponibilizadas foram um balão de oxigénio durante a pandemia, mas que é necessário antecipar o efeito do fim das moratórias no segundo semestre e implementar medidas de otimização da carga fiscal das empresas. Até porque, preveem os especialistas, “as operações de M&A (fusões e aquisições) no mercado português irão continuar a crescer”, depois de terem atingido 3,1 mil milhões de euros até maio, de acordo com o Transactional Track Record.

Ainda que não tenha inaugurado conceitos como a transição energética e o desenvolvimento sustentável, a pandemia empurrou essas temáticas para o topo da agenda de governos, reguladores e empresas, e induziu mudanças nas atitudes e formas de consumo dos cidadãos.

Prova disso é a nova proposta de Diretiva sobre o Reporte de Sustentabilidade Corporativo ou Corporate Sustainability Reporting Directive (CSDR), publicada pela Comissão Europeia em abril, que exige que todas as empresas partilhem informação não financeira de forma mais direcionada, fiável e facilmente acessível. Segundo a EY, é uma oportunidade única para aumentar a transparência das empresas portuguesas.

Do ponto de vista do consumidor, assiste-se a uma mudança de comportamentos. O EY Future Consumer Index (fevereiro de 2021) mostra que 64% dos inquiridos planeiam prestar mais atenção ao impacto ambiental do que consome e 56% consideram o impacto ambiental de um produto nas suas decisões de compra.

Por outro lado, o reforço do comércio eletrónico veio para ficar, exigindo ao retalho que ofereça uma experiência de compra personalizada, fácil, e partilhável, com os consumidores a esperarem agora que as marcas entreguem de forma rápida e preferencialmente gratuita.

A EY é líder em auditoria, assessoria fiscal, assessoria de transações e assessoria de gestão. Os insights e serviços de qualidade ajudam a credibilizar e a construir confiança nos mercados de capitais e em economias de todo o mundo.