Destaques do Mês de Janeiro em Portugal

Depois de um ano de 2021 em que o mercado imobiliário brilhou na constelação da economia portuguesa, começamos o ano de 2022 com uma dinâmica forte no volume e importância de transações.

Janeiro começou com algumas operações de destaque, nomeadamente nos segmentos de escritórios, retalho, logística e hotéis. O segmento que este mês foi menos relevante foi o da habitação, sem grandes operações a registar.

Além disso, o primeiro mês do ano foi o período de grande balanço para a generalidade das empresas, no que respeita a volumes de investimento do ano anterior, bem como na sua maioria as empresas ligadas ao setor imobiliário fizeram uma antevisão para 2022, que se prevê um ano de grandes investimentos.

Escritórios

Neste segmento, a destacar a venda do Edifício Camões pela Caixa Geral de Depósitos por 20 milhões de euros. A CGD vendeu o Edifício Camões 155, no Porto, à Finangeste, a nova detentora do edifício vai investir 3 milhões em obras de reabilitação.  O edifício de escritórios conta com 10.000m2, onde funciona atualmente o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP). Distribuído por 10 pisos acima de solo, conta ainda com 91 lugares de estacionamento. O imóvel é também ocupado pela CGD, que aqui tem um balcão e os serviços sociais do banco público. O negócio foi fechado no final do ano passado, mas só agora veio a público.

Já no final do mês de janeiro, a PATRIZIA anunciou a venda de um edifício misto de escritórios em Lisboa por 45,25 milhões de euros. A Principal Global Investors adquiriu o edifício de escritórios e de retalho de uso misto em Lisboa ao fundo TransEuropean VI gerido pela PATRIZIA. O Dom Luís I tem uma área total locável de 10.300 m2, dos quais 8.100 m2 de escritórios em sete andares e 2.200 m2 de lojas e espaços de lazer no rés-do-chão. O imóvel está localizado na zona ribeirinha de Lisboa.

Retalho

Ainda no rescaldo do ano novo e logo no início do ano, as Galerias Saldanha Residence foram vendidas ao fundo do BPI por 27 milhões de euros. O BPI Imofomento, fundo de investimento imobiliário aberto gerido pela BPI Gestão de Ativos adquiriu as Galerias Saldanha Residence em Lisboa, ao Novimovest, fundo de investimento fechado gerido pela Santander Asset Management. O fundo de investimento fechado gerido pela Santander Asset Management, Novimovest, vendeu o ativo por cerca de 27 milhões de euros. Situadas no coração da cidade de Lisboa, as Galerias Saldanha Residence estão localizadas num dos principais focos de concentração do mercado de escritórios na capital, disponibilizam 6.900 m2 de ABL (área bruta locável) e 40 lojas.

No dia seguinte, surgiu a notícia de que vai nascer um novo Retail Park em Portimão. O novo espaço de retalho promovido pela Mitiska REIM, vai contar com cerca de 22 mil metros quadrados de Área Bruta Locável, distribuída por 18 lojas. O valor de investimento é superior a 20 milhões de euros. O Nova Vila Retail Park ficará localizado a três minutos do centro da cidade de Portimão e é promovido pelo grupo Mitiska REIM e a Broadway Malyan é responsável pelo projeto de arquitetura do novo espaço comercial, com abertura prevista para o primeiro semestre de 2023.

Já no último dia do mês de janeiro se soube que o Évora Retail Park foi vendido por 6,1 milhões de euros. O espaço comercial com cerca de 6.000 metros quadrados foi vendido pela M7 Real Estate à Europar Investimentos & Participações. Os novos donos são um family office do Brasil que estão a criar mais 2.000 metros quadrados para novas lojas. Localizado em Évora, o Retail Park foi vendido a investidores brasileiros. A transação que foi fechada em setembro do ano passado, só agora foi conhecida. Entretanto, sabe-se que a Europar já vendeu uma parte do imóvel.

Logística

Ainda o mês ia a meio quando foi notícia que a Savills assessorou a Norfin na transação de um conjunto logístico com área superior a 35 mil m2. A consultora imobiliária internacional Savills assessorou a Norfin na alienação de dois ativos logísticos anteriormente integrados no Ibéria FEIF. Ambos arrendados, um dos imóveis está localizado no Cartaxo e outro na Quinta do Adarse em Alverca do Ribatejo. Localizadas em zonas consolidadas de logística, as unidades foram adquiridas pela Bedrock Capital e Europi Property Group. O valor de investimento não foi revelado.

Logo de seguida, a Mercadona anunciou o investimento  de 24,5 milhões de euros num novo armazém. A cadeia de supermercados amplia assim a sua capacidade logística com a criação de um novo armazém na Póvoa de Varzim. Após ter dado início à operação, em 2019, do Bloco Logístico da Póvoa de Varzim, a Mercadona passa a contar com um novo armazém com 12.000 m2. Este novo armazém, construído num terreno de 50.000 m2, adjacente ao que já tem a funcionar desde 2019, vem dar resposta à evolução do projeto de expansão da empresa em Portugal.

Residências de Estudantes

Também a meio do mês o Catella CER anunciou o investimento de 15,5 milhões de euros numa residência de estudantes em Portugal. O Fundo Residencial Europeu Catella (CER) está a fazer o seu primeiro investimento no mercado português com a aquisição de uma residência estudantil no município de Cascais. A Value One Holding é o vendedor. A residência estudantil está localizada em Carcavelos, no concelho de Cascais, perto da praia e a 10 minutos a pé da NOVA School of Business and Economics (Nova SBE).  A propriedade de 6.622 m2 foi construída em 2020 e consiste em 192 quartos individuais espaçosos (20 m2 em média), ginásio, terraço no telhado, salas de estudo, música e lazer e parque de estacionamento. Está 99% ocupada e obteve a certificação de sustentabilidade LEED Gold para a sua construção.

Mais a norte, o Porto vai ter três novas residências universitárias. As novas residências vão trazer à cidade mais 270 camas para estudantes. O anúncio foi feito através do município do Porto, as novas residências vão trazer à invicta mais 270 camas para estudantes. Uma será no Morro da Sé, no centro histórico da cidade, com um investimento estimado na ordem dos 7 milhões de euros e outra no Monte Pedral com investimento entre os 6 e os 6,5 milhões de euros.

Hotéis

O mês de janeiro também começou forte neste segmento, com o grupo Fortera a investir 11,5 milhões de euros no “Azul Boutique Hotel”. Fortera vai arrancar em fevereiro com a construção da unidade hoteleira, em Vila Nova de Gaia, que estará concluída em 2023. Sinal de resiliência do sector do Turismo, Vila Nova de Gaia vai ver nascer mais um hotel de 4 estrelas com vista para o rio Douro. a Fortera Properties avança que o novo hotel de 4 estrelas, a 50 metros da Ponte D. Luis I, será constituído por 64 quartos com vista sobre o rio Douro, contando ainda com restaurante, esplanada e solário com piscina no piso 4, perfazendo uma área total de 4200m2.

Entretanto, o “The Emerald House” abre portas em Lisboa. A primeira unidade da marca Curio Collection by Hilton em Lisboa está situada na Rua das Janelas Verdes. A capital recebe assim o primeiro hotel Curio Collection by Hilton. O “The Emerald House” representa a segunda propriedade do grupo em Portugal, que tem um portefólio global de mais de 100 hotéis e resorts únicos em cerca de 30 países. O hotel, com 67 quartos com vistas para o rio Tejo e para a própria cidade, situa-se na Rua das Janelas Verdes.

Prop-tech

No final do mês, a Casavo anuncia a chegada a Portugal com um investimento de 100 milhões de euros. A plataforma que compra habitações em 7 dias anuncia a sua chegada a Lisboa. A principal empresa europeia de prop-tech, chega à capital portuguesa com um plano de investimento para adquirir habitações em Portugal. Entra no país para transformar a experiência de compra e venda de habitações, oferecendo um serviço mais rápido, mais simples e mais transparente, em linha com o forte crescimento do sector imobiliário e a sua estratégia de expansão para novos mercados. Com uma plataforma tecnológica, a Casavo permite avaliações instantâneas de propriedades com base no seu algoritmo patenteado, que analisa múltiplas variáveis e lhe permite apresentar uma oferta de compra direta no prazo de 48 horas.

Ativos Alternativos

O Estado vende Hospital do Desterro por 10,5 milhões de euros. O antigo Hospital do Desterro, na Avenida Almirante Reis, em Lisboa, foi vendido aos próprios arrendatários: a Mainside Investments. O imóvel vai transformar-se numa unidade hoteleira. A Mainside comprou o antigo hospital, em Lisboa, à imobiliária do Estado. Em dezembro último, as duas entidades conseguiram chegar a acordo e o imóvel, nascido no edifício do antigo Mosteiro de Nossa Senhora do Desterro, construído em finais do século XVI, vai ganhar uma unidade hoteleira (que vai funcionar através da Zero Hotels), uma zona de restauração e, talvez, um polo de produção para empresas”.