Compradores internacionais impulsionam o mercado imobiliário Lisboeta

Os preços máximos por metro quadrado chegam a atingir os 12.500 euros.

Lisboa apresenta uma elevada procura por parte dos estrangeiros, em grande parte devidos aos fatores como o nível de segurança, a qualidade do sistema de educação e os incentivos governamentais, que fazem da capital um local apelativo para investir.

Aliando o talento local e o facto de que o mercado imobiliário ainda possui um preço moderado em comparação com outros países, várias empresas estão atualmente a ser atraídas pelo estatuto de Lisboa como tech hub, tornando-se um centro para start-ups.

Não obstante, os portugueses ainda são o grupo mais forte de compradores na capital, representando cerca de 75%, com o número de compradores internacionais a aumentar de forma constante, o que se traduz em 25% do investimento pelos mesmos.

No que toca ao mercado imobiliário de luxo, em específico quando se trata de propriedades localizadas em Lisboa e com um valor superior a um milhão de euros, os principais interessados são de nacionalidade brasileira, seguindo-se dos compradores da América do Norte, Alemanha, Reino Unido e França. As zonas mais procuradas entre os investidores são Alcântara, Parque das Nações, Penha de França e São Vicente.

Em relação às localizações, a Freguesia de Santo António é uma das áreas mais exclusivas da capital. É conhecida não só pelos monumentos históricos, como pelas suas lojas tradicionais e pelos cafés e bares trendy. No primeiro trimestre de 2022, os preços máximos dos apartamentos alcançaram os 12.500 euros por metro quadrado, enquanto que os preços para Moradias e habitações germinadas atingiram os 3,36 milhões de euros. No bairro da Estrela, um local muito popular entre os portugueses e que também possui inúmeros pontos turísticos como a Basílica da Estrela e o Jardim da Estrela, os preços máximos dos apartamentos atingiram os 10.800 euros por metro quadrado no mesmo período, sendo que os imóveis alcançaram um pico de 3,4 milhões de euros. As Avenidas Novas, uma freguesia residencial situada no centro da cidade, apresentou no primeiro trimestre do ano, o preço máximo de 10.000 euros por metro quadrado nos apartamentos, sendo que as moradias e habitações germinadas chegaram aos 2,75 milhões de euros.

Apesar do mercado imobiliário estar a ser impactado atualmente pelos acontecimentos a nível global, os últimos meses revelaram que o interesse pelo imobiliário residencial em Lisboa continua elevado, e a procura por bens imobiliários continua a crescer, desafiando assim o aumento da inflação e o ligeiro aumento dos preços.

De acordo com Vanessa Moreira, Managing Partner da Engel & Völkers Lisboa, “O mercado imobiliário em Lisboa está cada vez mais popular. A cidade tornou-se um dos principais destinos de eleição para muitos nómadas digitais desde a pandemia. São sobretudo atraídos pelo clima ameno que dura o ano inteiro, o custo de vida moderado, as ligações convenientes com outros destinos europeus e pela boa oferta de espaços de coworking existentes na cidade. A maioria dos nómadas digitais vive aqui entre seis meses e um ano e tende a optar por pequenos apartamentos no centro da cidade”.

A responsável acrescenta ainda que “Os bens imobiliários continuam a provar ser um investimento seguro. O aumento das taxas de juro não teve até agora um impacto significativo no número de transações imobiliárias residenciais. Os potenciais compradores ainda estão dispostos a pagar o preço atual do mercado, especialmente em locais privilegiados. Posto isto, prevemos que a procura continuará a ser forte a longo prazo, e que os preços irão estabilizar a um nível elevado em 2023”.