Banca prepara-se para concluir o maior negócio imobiliário de 2022

Após quase um ano desde que o comprador foi escolhido, o negócio vai acontecer ainda antes do ano terminar.

Cascatas Golf & Resort Spa Hilton Vilamoura

O maior negócio imobiliário do ano, que envolve a  dos fundos ECS – uma carteira de hotéis de luxo, à americana Davidson Kempner, no valor de 850 milhões de euros, vai ser fechado ainda em 2022, após quase um ano desde que foi escolhido o comprador, em dezembro de 2021, num processo que se revelou muito competitivo, segundo avança em publicação o Jornal ECO.

No mês de agosto, o preço e o perímetro da transação do projeto Crow já estavam articulados, entre os vendedores e uma entidade intitulada Corvus Acquisitions, sediada na Irlanda, tendo sido criada no início do ano pela americana Davidson Kempner, envolvendo as participações no Fundo Recuperação Turismo (FRT) e FLIT PTREL, bem como ativos que aos dias de hoje estão detidos pelo Fundo Recuperação.

No entanto, quatro ativos imobiliários não integram este negócio, o que originou um debate intenso sobre a reorganização dos ativos entre os principais bancos incluídos no processo, nomeadamente a Caixa Geral de Depósitos (CGD), Novobanco e BCP. A solução passou por repartir três ativos, de valor idêntico, entre as três instituições, sendo que o quarto ativo, o maior e o qual não foi possível dividir, uma vez que não houve cedência de nenhuma das partes, irá continuar a ser gerido pela ECS, com o intuito de ser vendido já em 2023. O Santander e a Oitante estão expostos à ECS, contudo, com exposições de menor dimensão.

Na carteira de hotéis de luxo, integram o Conrad Algarve (o crédito, uma vez que o ativo se encontra num complexo e litigioso processo), o Cascatas Golf & Resort Spa da Hilton, o Grupo NAU, entre outros ativos imobiliários.

Os fundos como a ECS, Explorer e Oxy foram desenvolvidos com o intuito de gerir ativos imobiliários e outros que ficaram nas mãos dos bancos na década anterior. Uma vez que cedam os ativos ao fundo especializado em troca de unidades de participação, a banca partilha risco entre si. No entanto, estas exposições possuem um peso nos ativos ponderados pelo risco e consomem capital aos bancos, sendo essa uma razão pela qual pretendem vender.

Com o processo da ECS a chegar ao fim, os bancos estão a explorar a venda de um fundo de recuperação que está ligado à área do turismo – o fundo de promoção turística Discovery Portugal Real Estate Fund, que é gerido pela sociedade Explorer e que engloba a gestão de mais de 40 ativos em Portugal, dos quais o Six Senses Douro Valley e o Eden Resort. As unidades de participação neste fundo estão avaliadas em cerca de 400 milhões de euros, pelas próprias instituições.