Atividade turística recupera mas ainda abaixo dos níveis de 2019

As chegadas de turistas a Portugal aumentaram 48,4% em 2021.

De acordo com os dados hoje apresentados pelo Instituto Nacional de Estatística, no âmbito das Estatísticas do Turismo, existe uma clara retoma na atividade turística, porém ainda abaixo dos níveis de 2019.

Devido aos constrangimentos provocados pela pandemia COVID-19, sobretudo as medidas de confinamento no 1.º semestre e no final de 2021, o ano foi ainda marcado pelos efeitos de contração sem precedente da atividade turística, ficando ainda aquém dos níveis de 2019.

Contudo, as chegadas de turistas a Portugal aumentaram 48,4%. O INE avança que em 2021, o número de chegadas a Portugal de turistas não residentes tenha atingido 9,6 milhões, correspondendo a um aumento de 48,4% face a 2020, representando apenas 39,0% do valor obtido em 2019 (24,6 milhões).

O principal emissor continua a ser o país vizinho, Espanha apresentou uma quota de 30,2%, tendo registado uma subida de 57,3%. O mercado francês (16,1% do total) continuou em segundo lugar, aumentando 46,2%. No número de turistas do Reino Unido (10,6%) verificou-se também uma variação positiva, +24,0% em 2021, enquanto o mercado alemão (8,0%) cresceu 39,1%.

Segundo o INE e tendo em consideração a generalidade dos meios do alojamento turístico (estabelecimentos de alojamento turístico, campismo e colónias de férias e pousadas da juventude), em 31 de julho de 2021 estavam em atividade, e com movimento de hóspedes, 6 571 estabelecimentos, o que corresponde a um acréscimo de 20,2% face ao mesmo período do ano anterior (-8,2% face a 2019, com 7 155 estabelecimentos em atividade).

A generalidade dos meios de alojamento turístico registou 16,0 milhões de hóspedes, que proporcionaram 42,6 milhões de dormidas, traduzindo-se num crescimento de 36,9% e 40,7%, respetivamente (-60,4% e -61,1%, pela mesma ordem, em 2020). Comparativamente a 2019, observaram-se diminuições de 45,8% no número de hóspedes e 45,2% no de dormidas.

O mercado interno destacou-se, assegurando 22,5 milhões de dormidas, correspondendo a 52,8% do total, e registou uma subida de 33,2% em 2021 (-13,9% face a 2019). As dormidas dos mercados externos apuraram um crescimento superior (+50,1%, -61,1% face a 2019) e atingiram 20,1 milhões de dormidas (47,2% do total). Observaram-se aumentos do número de dormidas nas diversas regiões, mais notórios na Região Autónoma dos Açores (+125,7%) e na Região Autónoma da Madeira (+80,0%). Face a 2019, verificaram-se diminuições em todas as regiões, tendo sido mais acentuadas na Área Metropolitana de Lisboa (-56,5%) e Algarve (-46,7%).

No ano de 2021, a estada média (2,67 noites) cresceu 2,8% (+4,8% no alojamento local, +4,6% na hotelaria, +0,1% no turismo no espaço rural e de habitação e -4,5% nos parques de campismo). No que diz respeito à estada média dos residentes, a mesma foi 2,34 noites (+3,2%) e a dos não residentes correspondeu a 3,17 noites (-0,5%). O Reino Unido manteve-se como principal mercado emissor (16,2% do total das dormidas de não residentes), subindo 46,0% (-66,5% face a 2019), surgindo de seguida o mercado espanhol (14,6% do total), com um aumento de 49,8% (-48,4% face a 2019). O terceiro mercado emissor de maior relevância foi o alemão (12,5%), que cresceu 23,8% (-60,5% face a 2019).

Quanto aos proveitos totais nos estabelecimentos de alojamento turístico, os mesmos ascenderam a 2,3 mil milhões de euros (+61,2%) e os de aposento a 1,8 mil milhões de euros (+62,8%). Comparativamente a 2019, apuraram-se decréscimos de 45,8% e 45,7%, respetivamente. O rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) foi 32,6 euros em 2021 (+43,9% face a 2020 e -34,1% comparando com 2019) e o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) correspondeu a 88,2 euros (+14,2% que em 2020 e -1,1% face a 2019).