Segundo a agência de rating canadiana DBRS, apesar da esperada recuperação da economia, o fardo do malparado irá pesar nas contas das instituições financeiras. O negócio da banca europeia vai continuar sob forte pressão em 2021. Portugal é o terceiro país da Zona Euro com mais malparado.
O relatório da DBRS, divulgado esta quinta-feira, alerta para o facto de que a pandemia gerou uma grave crise económica que ainda não se materializou num agravamento dos non-perfoming loans (NPL) devido às medidas de apoio dos governos, como as moratórias e linhas de crédito com garantias de Estado. “Ainda assim, é claro que as perdas nos empréstimos vão aumentar quando o apoio dos governos terminar. A trajetória de NPL irá continuar a depender da dimensão das restrições económicas, impacto económico, bem como quaisquer medidas de apoio adicional“, segundo a agência.
Os últimos dados disponíveis dizem respeito aos primeiros nove meses de 2020 e a análise da DBRS indica que “Os bancos em Portugal, Itália e Espanha continuaram a reduzir os NPL no terceiro trimestre de 2020, mas estes países têm elevados níveis de NPL e elevados rácios de NPL em comparação com outros países europeus e acima da média da amostra“. Mesmo com uma boa proporção de devedores a retomar os pagamentos depois do fim das moratórias, a capacidade da continuação desses mesmo pagamentos dependerá da economia de cada país.
